A BYD, gigante chinesa de veículos híbridos e elétricos, enfrenta um obstáculo inesperado para sua nova fábrica em Camaçari, na Bahia. Máquinas essenciais para a linha de montagem da unidade estão paradas no Porto de Salvador há cerca de dois meses, aguardando liberação tarifária para isenção de impostos. Em entrevista à agência Reuters, Alexandre Baldy, vice-presidente sênior da BYD no Brasil, disse que esse atraso pode comprometer o início das operações, previsto para o primeiro semestre de 2025.
“Certamente… Eu não tenho precisamente o prazo, mas hoje eu digo que pelo menos 60 dias de atraso isso pode ocorrer”, afirmou à Reuters.
O pedido de isenção tarifária, solicitado à Câmara de Comércio Exterior (Camex) em maio, ainda aguarda aprovação, e o governo solicitou informações adicionais sobre as máquinas em julho. Desde então, a BYD aguarda resposta do Comitê-Executivo de Gestão (Gecex). O equipamento, que começou a chegar ao Brasil no final de agosto, é essencial para a movimentação e transferência de carrocerias na linha de montagem da fábrica.
A Gecex informou à Reuters que não há impedimentos formais para a retirada das máquinas, mas que a BYD teria de arcar com os impostos se decidir desembaraçá-las antes da decisão sobre a isenção. A empresa está avaliando essa possibilidade, considerando os altos custos de armazenagem alfandegária.
Capacidade
Essas máquinas representam cerca de 15% da capacidade total da futura fábrica. A BYD disse que a ausência das máquinas inviabiliza totalmente o início da produção na unidade, uma vez que “todos esses equipamentos são essenciais para o começo da produção em
A fábrica baiana da BYD terá uma produção inicial de 150 mil veículos por ano e poderá chegar a 300 mil até 2028. Além disso, a empresa ainda planeja a construção de outras duas unidades no complexo: uma para baterias, com início das obras previsto para 2025, e outra para caminhões leves.
Apesar dos desafios, a BYD segue avançando e espera que o cronograma original não sofra novos atrasos. Caso a demora na liberação continue, o custo de armazenagem pode superar os incentivos fiscais, fazendo a montadora reconsiderar o regime de isenção.
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