O tamanho do setor empresarial da construção civil na Bahia voltou a crescer em 2020, após o resultado negativo de 2019. Ao final do primeiro ano da pandemia de Covid-19, o estado contava com 2.409 empresas da construção com 5 ou mais pessoas ocupadas. Houve um aumento de 1,5% frente a 2019, quando o total era 2.373. Ou seja, 36 empresas passaram a atuar na Bahia, de um ano para o outro. Os dados são da Pesquisa Anual da Indústria da Construção (PAIC), divulgada hoje pelo IBGE.
Ainda assim, frente a 2015, quando o estado havia apresentado seu maior número de empresas atuando na construção (3.009), houve uma queda de 19,9%. Ou seja, 600 empresas da construção civil fecharam, em cinco anos.
Mesmo com o saldo positivo, entre 2019 e 2020, a Bahia teve uma leve perda na participação no total de empresas da construção civil com 5 ou mais pessoas ocupadas no país, de 4,3% para 4,1%. Manteve, porém, a 7ª maior participação nacional, dentre as unidades da Federação, e a maior do Norte/Nordeste.
No Brasil, o setor empresarial da construção civil teve, entre 2019 e 2020, um crescimento de 4,7% no número de empresas com 5 ou mais pessoas ocupadas, passando de 55.565 para 58.162 – mais 2.597 empresas de um ano para o outro.
Entre 2019 e 2020, o setor empresarial da construção cresceu em 18 dos 27 estados brasileiros. Os destaques positivos foram para Amapá (+37,0%), Mato Grosso (+26,0%) e Mato Grosso do Sul (+19,3%). As maiores quedas, em termos proporcionais, ocorreram em Roraima (-19,0%), Acre (-15,4%) e Piauí (-8,3%).
Número de trabalhadores
Mesmo com o aumento no número de empresas de construção atuantes na Bahia, em 2020 houve uma nova redução do pessoal ocupado no setor. O total de trabalhadores nas empresas de construção com 5 ou mais pessoas ocupadas no estado caiu pela terceira vez seguida, de 99.522 em 2019 para 96.164 em 2020, com menos 3.358 pessoas ocupadas no setor em um ano (-3,4%).
Assim, no primeiro ano de pandemia, o pessoal ocupado na construção civil na Bahia chegou ao seu patamar mais baixo em 13 anos, desde 2007, quando 93.232 pessoas trabalhavam no setor, no estado.
Frente a 2013, quando as empresas da construção civil baiana empregavam 183.267 trabalhadores (maior número de trabalhadores da série histórica), 87.103 pessoas deixaram de atuar no setor, o que representou uma queda de 47,5% em sete anos.
No Brasil, ao contrário da Bahia, houve, pelo segundo ano seguido, variação positiva na ocupação na construção. Em 2020, 1,798 milhão de pessoas trabalhavam nas empresas do setor, frente a 1,707 milhão em 2019 (+90.676 ou +53,% em um ano).
Entre 2019 e 2020, houve redução do pessoal ocupado em empresas de construção em apenas 7 das 27 unidades da Federação. A queda registrada pela Bahia (-3.358 trabalhadores) foi a 3ª maior do país em termos absolutos, superada apenas pelas verificadas no Rio de Janeiro (-11.663 trabalhadores) e Rio Grande do Sul (-3.722). Apesar do recuo na ocupação, a Bahia manteve o 5º lugar no ranking nacional de emprego no setor empresarial da construção civil.
Salários
De 2019 para 2020, na Bahia, o total de salários, retiradas e outras remunerações pagas pelas empresas de construção com 5 ou mais pessoas ocupadas teve queda após dois anos seguidos de aumentos, em termos nominais – ou seja, sem descontar os efeitos da inflação. Passou de R$ 3,018 bilhões para R$ 2,919 bilhões (-3,3%).
Já no Brasil como um todo, houve crescimento nominal entre esses dois anos, de R$ 52,629 bilhões em 2019, para R$ 54,892 bilhões em 2020 (+4,2%). Com a retração na Bahia, em contraste com o crescimento nacional, a participação do estado no total de rendimentos pagos no Brasil caiu de 5,7% em 2019 para 5,3% em 2020.
Em 2020, o salário médio nas empresas de construção civil com 5 ou mais pessoas ocupadas, na Bahia, era de R$ 2.335,54, um pouco abaixo do nacional (R$ 2.347,81).
Mesmo com a queda no total de salários pagos, o valor das incorporações, obras e/ou serviços da construção na Bahia, teve uma discreta variação positiva, em termos nominais, de R$ 14,025 bilhões em 2019 para R$ 14,067 bilhões em 2020 (0,3%). O Brasil como um todo também registrou alta nominal no valor das obras e serviços, de R$ 264,083 bilhões em 2019 para R$ 289,471 bilhões em 2020 (+9,6%).
Com o crescimento inferior ao nacional, a participação da Bahia no valor gerado pelo setor empresarial da construção civil brasileiro recuou entre os dois anos, de 5,3% em 2019 para 4,9% em 2020. Por isso o estado caiu no ranking nacional do valor de incorporação, obras e/ou serviços da construção civil, do 6º lugar em 2019 para o 7º em 2020, sendo ultrapassado por Santa Catarina.