As micro e pequenas empresas tiveram, no mês de março, um saldo negativo de geração de empregos de 46,9 mil. Isso representa uma redução de 213,4% em relação ao mesmo período do ano passado, quando o saldo de empregos foi positivo de 41,3 mil. No acumulado do ano, 44,1 mil vagas de empregos foram encerradas nos pequenos negócios.
As informações constam no estudo mensal que o Sebrae elabora com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Previdência Social. O presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, destaca que um dos fatores que podem prejudicar a geração de empregos entre os pequenos negócios é a demora na votação pelo Congresso Nacional de projetos que beneficiam as micro e pequenas empresas.
“Desde dezembro do ano passado, o projeto Crescer Sem Medo, que revisa os tetos e tabelas do Simples Nacional, está parado no Senado. O Brasil precisa melhorar o ambiente de negócios para gerar empregos. A paralisação do Congresso impacta diretamente o setor que sempre foi o principal gerador de empregos no país”, afirma.
Crédito – Além da falta de votações de projetos que interessem aos pequenos negócios, o presidente Afif também atribui à falta de crédito como um dos fatores que tem influenciado os resultados negativos de geração de empregos nas micro e pequenas empresas. “Os bancos diminuíram o crédito oferecido aos pequenos. Em momentos como o que estamos passando, as micro e pequenas empresas precisam de dinheiro para não fechar as portas”, reforça.
Em março, apenas as micro e pequenas empresas dos setores Serviços e Agropecuária tiveram um saldo positivo de, respectivamente, 1,7 mil e 6,1 mil empregos. Destaque para o Comércio, setor que mais concentra pequenos negócios, que apresentou um saldo negativo de empregos superior ao das empresas de médio e grande porte. Enquanto os pequenos negócios encerraram 30,8 mil vagas, as empresas de maior porte fecharam 11,2 mil.