A tendência não é nada positiva para o comércio no mês de maio, período da principal data comemorativa do setor no 1º semestre. De acordo com a projeção da Fecomércio-BA, as vendas devem cair 15% em relação ao mesmo mês do ano passado, chegando ao faturamento de R$ 8,9 bilhões.
No entanto, é importante ressaltar que a base de comparação será bastante elevada. Neste mesmo mês de 2021, o comércio reagiu e cresceu 57,3%. E comparando com período anterior a pandemia, maio de 2019, o saldo ainda é negativo de 8,5%.
“Infelizmente, a pandemia trouxe uma desorganização na série histórica, o que dificulta um entendimento mais claro e real da situação do setor”, esclarece o consultor econômico da Fecomércio-BA, Guilherme Dietze.
Dos oitos setores analisados, seis devem ter retração nas vendas. Os destaques são dos setores que registraram forte crescimento no ano passado, aqueles ligados a construção civil. Eletroeletrônicos deve registrar queda de 41%, Móveis e decoração devem retrair 33% e materiais de construção, -21%.
Outras quedas, segundo as projeções, devem ser dos seguintes segmentos: veículos e motos (-11%), farmácias e perfumarias (-9%) e outras atividades (-4%).
Pelo campo positivo, os supermercados devem apontar aumento de 6% e vestuário 1%. O primeiro setor, por exemplo, segue na lógica inversa dos demais, de possuir uma base fraca de comparação, com que vista em maio de 2021 e 7,7%. O faturamento de R$ 1,55 bilhão estimado deve se aproximar do recorde histórico que foi em maio de 2020.
“Embora não seja um dado específico de vendas para o Dia das Mães, a variação negativa indica a tendência para o mês. De fato, a inflação alta e as famílias altamente endividadas e o crédito muito mais caro, trazem limitações para o consumo”, pontua Guilherme Dietze.
As famílias estão com dificuldades de manter os compromissos do dia a dia e, desta forma, é razoável pensar que não possuem folga para gastar com presentes. No entanto, Dietze destaca que o Dia das Mães é muito relevante para as famílias brasileiras. “Por mais que não seja gasto um valor muito alto neste ano, diante das dificuldades, é natural sempre pensar nas lembrancinhas para não passar a data em branco”, salienta o consultor econômico da Federação.