O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), calculado pelo IBGE, ficou em 0,09% na Região Metropolitana de Salvador (RMS), em abril, um pouco abaixo do registrado em março (0,10%) e menor que o índice de abril de 2019 (1,06%). O IPCA-15 funciona como uma prévia da inflação oficial do mês, refletindo os preços coletados entre 17 de março e 14 de abril.
A prévia da inflação de abril na RMS (0,09%) ficou acima da média do país, onde houve leve deflação no indicador (-0,01%, o menor IPCA-15 para um mês de abril desde o início do Plano Real, em julho de 1994). Foi ainda o terceiro maior índice dentre as 11 áreas investigadas, ficando abaixo apenas dos verificados nas regiões metropolitanas do Rio de Janeiro (0,61%) e Recife (0,17%).
Em abril, 6 das 11 áreas que formam o IPCA-15 tiveram deflação. Os maiores recuos ocorreram no município de Goiânia/GO (-0,52%), em Brasília (-0,40%) e na RM Curitiba/PR (-0,21%). A RM Belo Horizonte teve estabilidade nos preços (0,00%).
Com o resultado de abril, o IPCA-15 da RMS acumula alta de 1,16% nos quatros primeiros meses de 2020, mantendo-se acima do índice do Brasil como um todo (0,94%) e acelerando em relação ao acumulado até março (1,07%).
Nos 12 meses encerrados em abril, o índice chegou a 2,64%, mantendo trajetória de desaceleração em relação ao mês anterior (o acumulado havia sido de 3,63% nos 12 meses encerrados em março) e um pouco abaixo da média nacional (2,92%).
O quadro a seguir mostra os principais resultados do IPCA-15 de abril para o Brasil e cada uma das áreas pesquisadas.
Preços dos alimentos
A prévia da inflação de abril na Região Metropolitana de Salvador (0,09%) se concentrou no aumento dos preços de três dos nove grupos grupos de produtos e serviços que formam o IPCA-15: alimentação e bebidas (1,51%), transportes (0,55%) e habitação (0,31%).
Os preços dos alimentos aceleraram seu ritmo de alta pelo terceiro mês consecutivo, na RMS, puxados mais uma vez pela alimentação em casa (2,23%). Foram, assim como já havia ocorrido em março, a principal pressão inflacionária no IPCA-15 de abril.
Produtos do dia a dia, como o tomate (24,25%), a cebola (40,48%), a batata-inglesa (32,21%) e a cenoura (46,39%, maior aumento dentre todos os produtos investigados pelo IPCA-15) tiveram forte altas.
Já a alimentação fora do domicílio (-0,28%) teve deflação na prévia de abril, com queda importante nas refeições (almoço ou jantar fora, -0,71%), que foram uma das principais influências no sentido de conter o IPCA-15 do mês, na RMS.
A alta dos transportes (0,55%) também foi muito importante na prévia de abril, na RM Salvador, destoando do movimento nacional, uma vez que, no país como um todo, o grupo teve deflação (-1,47%) e foi a principal contribuição para a variação negativa do IPCA-15 nacional no mês.
Na RMS, as passagens aéreas (13,30%) e os ônibus urbanos (4,28%) foram os itens de transporte que mais pressionaram para cima a prévia da inflação de abril.
Dentre os seis grupos de produtos e serviços com queda média de preços no mês, segundo o IPCA-15, os destaques em termos de contribuição para conter a prévia da inflação foram, respectivamente, para artigos de residência (-4,55%, maior queda) e saúde e cuidados pessoais (-0,42%).
Dentre os artigos de residência, os aparelhos eletroeletrônicos (-6,46%) tiveram uma redução importante, influenciados por itens como refrigerador (-12,52%) e máquina de lavar roupa (-9,75%).
Entre os gastos com saúde, os medicamentos (produtos farmacêuticos, com -1,43%) também deram contribuição relevante no sentido de conter a prévia da inflação de abril, na RMS.