A produção industrial da Bahia recuou 5% em março rente ao mês anterior, descontados os efeitos sazonais, aprofundando a queda que tinha sido registrada na passagem de janeiro para fevereiro (-0,8%). Ainda assim, o resultado de março no estado foi melhor do que o verificado no mesmo mês de 2019, quando a produção industrial baiana havia caído -8,6%. Apesar do resultado negativo frente a fevereiro, em relação a março de 2019, a produção industrial baiana se manteve em alta. Cresceu 5,8% e mostrou o terceiro resultado positivo consecutivo em 2020, ainda que com redução no ritmo de avanço (havia crescido 8,5% em janeiro e 7,0% em fevereiro). Os dados são do IBGE.
Nesse confronto, a indústria baiana teve o segundo melhor resultado entre as 15 regiões pesquisadas, abaixo apenas do Rio de Janeiro (9,4%). O desempenho do estado ficou bem acima do nacional (-3,8%). Foi ainda o melhor mês de março para a indústria da Bahia desde 2013, quando a produção havia crescido 6,1%.
Frente a março do ano passado, apenas 4 das 15 áreas tiveram avanço na produção industrial. Além de Rio de Janeiro e Bahia, a indústria cresceu também no Paraná (1,6%) e em Pernambuco (1,4%). No outro extremo, Santa Catarina (-15,6%), Espírito Santo (-14,2%) e Rio Grande do Sul (-13,7%) mostraram os recuos mais profundos.
Com o resultado de março, a indústria baiana sustenta crescimento de produção de 7,1% no acumulado no primeiro trimestre deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado. É o segundo melhor resultado do país, abaixo apenas do verificado no Rio de Janeiro (9,8%) e bem superior ao nacional (-1,7%).
Já nos 12 meses encerrados em março, a produção industrial baiana ainda se mantém com variação negativa (-0,4%), frente aos 12 meses imediatamente anteriores. O resultado está um pouco melhor do que o verificado no Brasil como um todo (-1,0%).
O quadro a seguir mostra as variações da produção industrial brasileira e regional em março de 2020.
Fabricação de derivados de petróleo e alimentos
O crescimento de 5,8% na produção industrial da Bahia, na comparação com março de 2019, foi, mais uma vez, resultado do desempenho positivo da indústria de transformação (7,3%). A indústria extrativa teve nova queda de produção no mês (-20,2%).
Mesmo na indústria de transformação, a alta de março foi concentrada em 4 das 11 atividades pesquisadas separadamente no estado. De forma similar ao que já havia ocorrido em janeiro e fevereiro, o resultado positivo do setor de transformação teve influência determinante da fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis (46,6%).
O segmento de derivados de petróleo é o de maior peso na estrutura industrial da Bahia e teve, em março, seu oitavo resultado positivo consecutivo, sustentando ritmo crescente de aumento da produção. Todos os produtos investigados tiveram alta de produção no mês, liderados pelos óleos combustíveis, diesel e naftas para a petroquímica.
O segundo principal impacto positivo no resultado da atividade fabril baiana em março veio da fabricação de alimentos (11,1%). A atividade teve o segundo crescimento seguido e também mostrou aceleração no ritmo de avanço, com destaque para a produção de farinha de trigo, biscoitos/ bolachas e massas.
A fabricação de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (73,4%, maior alta) e de celulose, papel e produtos de papel (0,7%) completam os resultados positivos no mês, para a indústria da Bahia
No outro extremo, dentre as sete atividades de transformação com queda de produção em março, os principais impactos negativos para o desempenho geral da indústria na Bahia vieram, respectivamente, da metalurgia (-26,8%) e da preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (-27,8%).
A metalurgia teve a sétima queda seguida no estado, enquanto a produção de artigos de couro retomou a sequência de resultados negativos, depois ter tido avanço em fevereiro (de 0,8%).