A produção industrial da Bahia registrou uma alta de 2,7%, em outubro, frente ao mês anterior, na comparação com ajuste sazonal. Foi o segundo avanço seguido nesse confronto (havia crescido 2,9% na passagem de agosto para setembro) e um resultado bem superior ao do país como um todo (-0,6%). Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF) Regional do IBGE. O resultado do setor, no estado, também seguiu negativo em relação a outubro de 2020, com queda de 10,3%. Foi a décima retração seguida da produção industrial baiana nessa comparação interanual e o 5º pior desempenho dentre os 15 locais pesquisados.
No Brasil como um todo, a produção industrial também caiu (-7,8%) frente a outubro do ano passado, com recuos em 13 dos 15 locais. Pará (-14,2%), Santa Catarina (-12,5%) e São Paulo (-12,3%) tiveram as maiores retrações. Só Rio de Janeiro (6,6%) e Espírito Santo (6,1%) mostraram avanços. Apesar do crescimento na passagem de setembro para outubro, o setor fabril da Bahia seguiu com produção muito aquém da verificada antes do início da pandemia da Covid-19, operando num patamar 18,8% abaixo de fevereiro de 2020.
A Bahia segue com os piores índices do Brasil no acumulado no ano de 2021, frente ao mesmo período de 2020 (-13,1%), e nos 12 meses encerrados em outubro (-10,8%). Em ambos os indicadores, os resultados estão bem abaixo dos apresentados pela indústria nacional (5,7% nos dois casos).
Atividades
O recuo na produção industrial da Bahia na comparação com outubro de 2020 (-10,3%) se deu exclusivamente pela décima queda seguida na indústria de transformação (-11,5%). A indústria extrativa voltou a crescer (14,9%), após ter apresentado retração em setembro (-6,7%).
Na indústria de transformação, houve retrações em 7 das 11 atividades investigadas separadamente no estado, com destaques para a fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias (-96,5%) e metalurgia (-32,5%). As duas atividades tiveram as quedas mais profundas e também exerceram as duas principais influências no resultado negativo em geral.
A fabricação de veículos apresentou sua quinta queda consecutiva e mantém o pior desempenho no acumulado em 2021, no estado (-94,6%). Já a metalurgia teve a segunda retração seguida e também mostra resultado negativo no ano (-10,8%).
Entre as quatro atividades industriais com aumento de produção em outubro 21/ outubro 20 na Bahia, os principais destaques em contribuição para segurar a queda geral da indústria no mês vieram, respectivamente, da fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis (com alta de 8,8%) e da fabricação de celulose, papel e produtos de papel (5,7%).
O segmento de derivados de petróleo é o de maior peso na estrutura industrial da Bahia e apresentou, em outubro, seu segundo resultado positivo consecutivo, após ter recuado seguidamente desde dezembro de 2020. Já o segmento de celulose e papel vem apresentando resultados positivos seguidos desde julho.
Em termos de magnitude de taxa, o maior crescimento em outubro veio mais uma vez do segmento de preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (9,6%), que tem também o melhor resultado no acumulado no ano de 2021 (38,4%).