No próximo dia 11 de julho, a empresa Veracel e a Ceplac entregam a 200 apicultores do Sul da Bahia o primeiro lote de abelhas rainhas de alta genética, produzidas no Núcleo de Apicultura e Meliponicultura da Ceplac, em Ilhéus. A iniciativa tem potencial para dobrar a produtividade atual das colmeias e faz parte do projeto Abelha Rainha, que beneficia sete associações de apicultores da região, com introdução de animais selecionados, além de assistência técnica, e do uso em comodato das áreas de florestas da Veracel como pasto apícola. A solenidade de entrega ocorrerá na sede do Sindicato Rural de Eunápolis, e, nos dias 12 e 13, os apicultores beneficiados participarão do curso de Manejo de Introdução de Rainhas, no município de Guaratinga.
De acordo com a especialista em Responsabilidade Social da Veracel, Izabel Bianchi, o Abelha Rainha é um projeto que oportuniza o uso múltiplo da floresta como valor compartilhado entre empresa e comunidade, contribuindo para a geração de renda de grupos organizados. “A produção e doação dessas rainhas resultantes de melhoramento genético é pioneira e única no Brasil, atualmente. Isso vai potencializar a apicultura no Sul da Bahia, aumentando a produtividade nas colmeias e a logística na produção. Hoje as rainhas nesse padrão são produzidas e trazidas de São Paulo, principalmente, a um valor médio de R$40 a R$50 por animal”, afirma. Na parceria entre a empresa privada e o órgão público, a Ceplac entra com a estrutura laboratorial e a Veracel com os custos operacionais.
Com a introdução das rainhas de alto padrão genético, a expectativa da Veracel e da Ceplac é que a produtividade média nas colmeias passe dos atuais 35kg a 40kg de mel por ano para de 70kg a 80kg anuais por colmeia. “Será uma verdadeira revolução na apicultura do Sul da Bahia”, vislumbra o engenheiro agrônomo Ediney de Oliveira, responsável pelo setor de Meliponicultura da Ceplac. Não existe hoje no Brasil um projeto semelhante, que garanta a distribuição gratuita desses animais”, diz.
Mercado – Atualmente, 20% do mel produzido no Sul da Bahia ficam na região, e os 80% restantes são exportados para países como Alemanha e Estados Unidos. “Infelizmente, o mel exportado não sai diretamente pela Bahia, mas por Santa Catarina e São Paulo, pela ausência de um entreposto habilitado para a exportação”, afirma Ediney Oliveira.
Izabel Bianchi, da Veracel, ressalta que a empresa já havia cedido em regime de comodato uma área para que a Associação de Apicultores de Eunápolis construa uma Casa de Mel, que tem oportunidades de evoluir para um entreposto com o selo do S.I.E e S.I.F.
O fato de ser produzido em áreas de plantio de eucalipto agrega ao mel sabor e cheiro especiais, e propriedades medicinais especificas, como a de serem excelentes expectorantes. “Esse é um diferencial de origem que pode ser trabalhado em uma marca, assim que for obtido o selo”, enfatiza Ediney de Oliveira.
Renda – Se bem manejada, com boa genética e em condições favoráveis de clima e ambiente, a apicultura pode ser um negócio bastante rentável, e hoje já representa a principal fonte de renda de diversas famílias na região. “Ela pode também ser uma atividade paralela, como é o caso de muitos associados assistidos pelo projeto, que possuem trabalho com carteira assinada e mantêm suas colmeias como complementação de renda”, afirma Ediney de Oliveira. Ele explica que um produtor com cem caixas de mel pode ter um retorno de, em média, R$8,7 mil ao mês.