Fomento ao empreendedorismo feminino, qualificação profissional, atenção às famílias e educação estão entre os destaques dos dois novos projetos patrocinados pela Petrobras na Bahia. Mariscar é uma Arte (do Instituto de Desenvolvimento Solidário – IDS) e Mão na Massa (do Instituto Protetor dos Pobres e Crianças Abrigo Maria Imaculada – IPPCAMI) recebem apoio do Programa Petrobras Socioambiental e tem por objetivo ajudar a transformar a realidade das comunidades beneficiadas por meio da inclusão e geração de emprego e renda.
Seja apostando na cultura local ou preparando para um novo ofício, mesmo que de forma diferente, ambos os projetos nasceram com foco no empoderamento feminino, mas ganharam asas e englobam famílias e moradores da comunidade do seu entorno. Enquanto o Mariscar é Uma Arte busca trabalhar com a tradição da labuta diária das marisqueiras baianas, o Mão na Massa é um braço do projeto de mesmo nome que surgiu em 2007 no Rio de Janeiro (também apoiado pela Petrobras) e que visa capacitar mulheres para trabalhar na construção civil. Agora também na Bahia, além de mulheres, o projeto se amplia e vai formar também homens.
Ao todo, o investimento da Petrobras com os dois projetos chega a R$ 6,9 milhões. “As iniciativas incluem projetos de qualificação profissional, empreendedorismo, geração de emprego e renda, voltados para a inclusão social. A Petrobras investe em projetos que refletem o compromisso da empresa que é também o de ajudar a transformar a sociedade”, explica Juliane Aguilar, gerente de Integração Regional de Responsabilidade Social Norte e Nordeste da Petrobras.
Marisqueiras
Tradicionalmente realizado de forma autônoma por mulheres em praias e manguezais, o trabalho das marisqueiras, além de penoso, é feito quase que artesanalmente. Dele saem boa parte do sustento próprio de muitas famílias que consomem os produtos além de comercializar de parte da produção.
De acordo com Temístocles Neto, engenheiro civil e coordenador do projeto Mariscar é Uma Arte, o objetivo é promover o desenvolvimento de competências socioprofissionais, numa perspectiva de educação para o trabalho, fortalecendo as práticas tradicionais de catagem e beneficiamento de pescado e mariscos pelas mulheres de Ilha de Maré, em Salvador (BA).
“Tudo pensado para diminuir o esforço, evitar doenças laborais e ajudar no desenvolvimento de todo o trabalho das marisqueiras. A ideia é dar mais qualidade de vida e profissionalismo para que elas possam trabalhar melhor e assim desenvolver melhor a sua profissão”, explica Temístocles Neto.
O projeto, que está na fase de implantação, tem investimento da Petrobras de cerca de R$ 3,5 milhões e duração de dois anos por meio de um convênio de com o IDS. Serão construídas 120 unidades familiares de beneficiamento de pescado e marisco (cozinhas), que estarão posicionadas nas comunidades de Bananeiras, Barro Vermelho, Campo, Itamoabo, Maracanã, Martelo, Neves, Passa Cavalo, Ponta de Areia, Ponte-Bananeiras, Porto dos Cavalos e Santana. Cada unidade de cozinha pode ser posicionada de forma a contemplar até cinco famílias. Estão previstas, ainda, 192 horas de oficinas para atuação profissional, além de oficinas socioeducativas que priorizam o fortalecimento de vínculos familiares e a atenção à primeira infância (crianças de 0 a 6 anos de idade).
Construção
Profissão majoritariamente exercida por homens, a construção civil é foco do projeto Mão na Massa, do Instituto Protetor dos Pobres e Crianças Abrigo Maria Imaculada. Apoiado pela Petrobras desde 2007, com realização de cinco edições no estado do Rio de Janeiro, o projeto fez sucesso por ser dirigido à mulheres e ter formado mais de mil operárias nesses quase 14 anos. Na Bahia, a ideia é ampliar também para homens e priorizar pessoas em situação de vulnerabilidade social.
“Todos os participantes terão uma formação completa na construção civil e serão capazes de executar os projetos do início ao fim. Além disso ainda terão aulas de matemática, empreendedorismo (parceria com o Senai), português, meio ambiente, segurança do trabalho, ginástica laboral e equidade de gênero. Tudo voltado para a construção civil”, adianta a coordenadora do Mão na Massa, Jacqueline Cruz.
O investimento da Petrobras é de cerca de R$ 3,45 milhões, em dois anos. Na Bahia a meta inicial é capacitar e certificar 150 jovens e adultos de 17 a 40 anos com a escolaridade mínima de ensino fundamental incompleto, moradores dos municípios de Alagoinhas e Araçás, em até cinco áreas da construção civil como pedreiro polivalente, encanador, carpinteiro de obras, eletricista e pintor. Os participantes terão também apoio para a colocação no mercado de trabalho, com acompanhamento após a conclusão das qualificações.
O Mão na Massa ainda prevê a construção de seis espaços comunitários nas comunidades de abrangência do projeto. Eles serão construídos pelos próprios participantes, que terão a oportunidade de aplicar os conhecimentos das formações em prol de equipamentos em benefício da comunidade.
“Partindo do pressuposto de uma teoria de empregabilidade/sustentabilidade, o desenvolvimento dos cursos de capacitação é como um passaporte para a inserção no mercado de trabalho formal ou autônomo”, define a gerente Juliane, da Petrobras.