O Carrefour continua acumulando episódios que desafiam a paciência e a tolerância dos brasileiros. A multinacional francesa carrega um histórico marcado por episódios de violência e racismo em suas operações no Brasil.
O caso mais emblemático ocorreu há quatro anos, quando João Alberto Silveira Freitas, um homem negro de 40 anos, foi brutalmente assassinado por seguranças em uma unidade do Carrefour em Porto Alegre.
Desde então, novos episódios vieram à tona, como o de um casal negro torturado em Salvador sob a acusação de furto de leite — um ato bárbaro que ilustra a persistência de problemas estruturais na cultura da empresa.
Agora foi a vez do CEO global da companhia, Alexandre Bompard, aprontar.
Em um comunicado tosco e amplamente questionável, ele anunciou a decisão de interromper a compra de carne brasileira, citando supostos “problemas de qualidade”. Detalhe: a França compra carne do Brasil há mais de 40 anos.
A declaração ignora o fato de que o Brasil é o maior exportador mundial de carne bovina, atendendo rigorosos padrões sanitários reconhecidos por mais de 160 países, incluindo a União Europeia.
O impacto do boicote francês, que representa apenas 0,5% das exportações brasileiras de carne, é insignificante para o setor.
Porém, a reação dos frigoríficos brasileiros foi firme: algumas das maiores empresas deixaram de fornecer para o Carrefour, enviando uma mensagem clara de que a postura da varejista não será tolerada.
O Carrefour, que controla marcas como Atacadão e Sam’s Club, fatura mais de R$ 108 bilhões anuais no Brasil.
O Brasil responde por cerca de 23% da operação global do varejista francesa. É muito.
Imagine o impacto de um boicote massivo dos consumidores brasileiros às suas lojas?
Apesar dos recorrentes episódios de racismo, violência e desrespeito com os brasileiros, a empresa segue faturando alto por aqui.
O Brasil, que tanto contribui para os lucros do Carrefour, merece um pouco mais de respeito.
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