No Brasil, nos últimos anos, o número de pessoas inadimplentes aumentou significativamente. De acordo com a Serasa, em relação ao Mapa da Inadimplência e Negociação de Dívidas no Brasil, em fevereiro de 2025, o principal indicador apontou crescimento no volume de pessoas negativadas.
Conforme o levantamento, os brasileiros com idades entre 41 e 60 anos representam a maior parcela com o nome negativado, contabilizando 35,1%. Em sequência, encontram-se aqueles entre 26 e 40 anos, representando 34%, enquanto os jovens entre 18 e 25 anos representam 11,8%, e os acima de 60 anos, 19,1%.
Na Bahia, o Mapa da Inadimplência mostrou que há 1,2 milhão de pessoas com o CPF negativado em Salvador – montante que corresponde a 26% da totalidade de inadimplentes na Bahia, uma vez que, conforme dados da Serasa, o estado possui 4,6 milhões de pessoas negativadas.
Mutirões de renegociação de dívidas buscam ajudar a limpar o nome do consumidor
Economicamente falando, para nenhum país, estado ou município, ter um número elevado de inadimplência é algo positivo – na realidade, muito pelo contrário. Segundo o economista Milton Friedman, a estabilidade das pessoas é elementar para o pleno funcionamento do mercado em sua totalidade. Em um cenário de endividamento, o poder de compra diminui drasticamente, movimento que resulta na não rotatividade da moeda.
Nesse sentido, renegociar as dívidas permite que o consumidor retome sua capacidade de compra, viabilizando, também, o acesso ao crédito. Quando o nome não está negativado, o cidadão pode acessar financiamentos e consumir bens e serviços. Essa circulação, por sua vez, reforça a economia regional e impacta positivamente a geração de empregos. O mercado só existe porque, atrelado a ele, existem consumidores que o movimentam.
Daí a importância dos mutirões de renegociação. Na Bahia, por exemplo, com o objetivo de diminuir o superendividamento e ajudar nas negociações de dívidas, o Procon-BA (Superintendência de Defesa do Consumidor), ligado à Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH), no final do ano passado e no início deste ano, promoveu a 2ª edição do programa Renegocia.
Os bancos também estão atuando fortemente nessa questão. A Caixa Econômica Federal, por exemplo, enviou no mesmo período o Caminhão Tudo em Dia Caixa a Salvador, com a finalidade de negociar dívidas tanto com pessoas físicas como jurídicas.
A Caixa, nesse caso, ofereceu aos consumidores condições especiais, com descontos de 90% para pagamento à vista, bem como opção de arcar com as dívidas de forma parcelada, mediante a entrada de 10% do valor. Esse movimento não ficou restrito somente à Bahia, mas também foi alargado para outros estados do território nacional.
No fim, em casos de inadimplência, a negociação é a melhor solução, tanto para o consumidor quanto para a economia de forma geral. Todavia, antes de negociar, é preciso saber exatamente o que está em aberto.
Nesse sentido, aqueles que possuem alguma dúvida podem consultar dívidas no CPF, de forma simples e rápida, por meio de sites como Serasa Limpa Nome, SPC Brasil ou até mesmo pelo aplicativo da Receita Federal. Os mutirões de negociação mostram-se uma excelente alternativa para impulsionar o cenário econômico e diminuir o índice de inadimplência em todo o Brasil.