Nos últimos anos, o smartphone tornou-se uma ferramenta presente no cotidiano de basicamente todas as pessoas. Além de ser um dispositivo de comunicação, passou a ser símbolo do mercado globalizado, como a porta de entrada para o que hoje compreendemos como economia digital.
No mundo todo, a economia está tornando-se cada vez mais digital e, em razão disso, ainda mais ampla em termos de escala nas relações de troca, sobretudo pela intensidade da circulação de mercadorias e serviços, a partir das transações digitais nos processos de compra e venda.
Em Salvador, o processo não seria diferente. De fato, o município brasileiro, capital do estado da Bahia e primeira capital do Brasil colonial, vive um momento de articulação estratégica no setor de TI e inovação.
A partir de programas públicos recentes, focados em digitalização, inovação aberta e aproximação entre startups, setor privado, universidades e governo, Salvador trilha o caminho para consolidar-se como um polo tecnológico do Nordeste, com impacto sustentável na geração de emprego e no desenvolvimento urbano.
Smartphone, inovações institucionais e ecossistêmicas
Nesse momento, cabe a seguinte reflexão: se o smartphone transformou profundamente os hábitos de consumo e de comunicação, é natural que se torne também um ponto de partida para compreender a relevância das iniciativas institucionais de inovação em Salvador.
A digitalização de serviços e o acesso massivo à internet móvel formaram a base de usuários e consumidores que conferem ainda mais importância a programas como o do Hub Salvador.
O Programa de Inovação Aberta, lançado pelo hub e conduzido pela SEMIT, em parceria com o CEPEDI, busca justamente conectar esse público altamente ligado a empresas, startups e setor público, estimulando o desenvolvimento de soluções digitais voltadas ao cotidiano urbano.
Nesse cenário, a Plataforma Redes assume papel central na articulação entre universidades, governo, empresas e empreendedores, ao permitir identificar desafios concretos e criar soluções inovadoras.
Startups, tendências e digitalização do comércio
No levantamento realizado pela Expertising Contabilidade sobre tendências de negócios em Salvador referente ao ano passado, a tecnologia e a digitalização apareceram como elementos centrais.
O movimento do mercado parece ser no sentido de adaptação dos modelos tradicionais por parte das empresas para operar no universo digital, utilizando plataformas de e-commerce, inteligência artificial para personalização da experiência do cliente e estratégias de marketing digital para ampliar o alcance.
Outro ponto levantado em relação às tendências foi a sustentabilidade e a inovação dos processos. Hoje, o mercado possui uma aspiração bem clara quando o assunto está envolto nas questões ambientais: negócios que adotam práticas responsáveis ambientalmente e tecnológicas têm mais aceitação junto do público.
Trata-se de um indicador importante de que a tecnologia não é somente uma ferramenta à deriva, mas um componente estruturante da criação de valor e de novas estruturas de empreendimento.
Impactos econômicos no mercado de trabalho e estrutura empresarial
A articulação entre governo, startups e incentivos públicos amplia diretamente as oportunidades no mercado tecnológico de Salvador. Por exemplo, a plataforma Salvador Tech, promovida pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Emprego e Renda (Semdec), impacta positivamente o mercado de trabalho.
Voltada para capacitar e conectar jovens talentos, integra o planejamento estratégico da Universidade Digital e o programa Treinar para Empregar da Semdec. Nesse sentido, a demanda por profissionais especializados também cresce, sobretudo impulsionada por programas de capacitação e políticas de estímulo à inovação.
Nesse ambiente, startups de alto potencial, como fintechs, edtechs e healthtechs, ganham força no consumo local e em parcerias com instituições de fomento. Esse processo engloba, também, editais públicos na oferta de suporte financeiro, materiais e infraestrutura.
O setor digital, impulsionado pelo uso massivo de ferramentas online e dispositivos como o smartphone, tem se consolidado como um dos motores da nova economia baiana. O movimento do mercado, atrelado às políticas municipais com as lideradas pela SEMIT, por exemplo, aponta para a construção de uma matriz econômica digital no comércio de Salvador.
Essa matriz busca operar a partir da integração de tecnologia às atividades comerciais tradicionais, melhorando processos, logística, atendimento ao cliente, entre outros pontos. No fim, as perspectivas são animadoras.
Geralmente, programas desse porte tendem a demorar um tempo até que ocorra a consolidação efetivamente. Mas, considerando as dinâmicas atuais e a digitalização dos processos como um todo, a tendência é que, se seguir nesse caminho, Salvador tem potencial para consolidar-se como um dos principais polos de tecnologia do Nordeste.