No terceiro trimestre de 2024, o rendimento médio mensal do trabalhador na Bahia recuou para R$2.087, uma queda de 5,8% em relação ao trimestre anterior (menos R$129). Esse valor posiciona a Bahia no último lugar do ranking nacional, com o menor rendimento médio entre todos os estados.
A situação em Salvador também é preocupante, segundo o IBGE. Na capital, o rendimento médio caiu para R$2.755, um declínio de 8% em comparação ao segundo trimestre (menos R$241) e de expressivos 11,7% frente ao terceiro trimestre de 2023 (menos R$364). Entre as capitais brasileiras, Salvador ocupa a penúltima posição, superando apenas Maceió.
Esses números destacam uma contradição gritante: mesmo com uma leve recuperação no comparativo anual, o trabalhador baiano continua ganhando menos, e o poder de compra segue pressionado pela inflação e pela precarização do mercado de trabalho.
A queda acentuada em Salvador reflete a fragilidade da economia local, incapaz de sustentar melhorias consistentes nos rendimentos. A Bahia permanece estagnada no quesito renda, enquanto outros estados avançam.
Por que o estado não consegue reverter essa tendência?Até quando o trabalhador baiano será relegado ao fim da fila, vivendo com rendimentos que mal acompanham o custo de vida?
É preciso repensar estratégias para não apenas criar empregos, mas garantir salários dignos e condições de trabalho que impulsionem o desenvolvimento econômico regional.
Leia também: Mobilidade do futuro: Ford procura jovens talentos para programa de estágio
Como uma pessoa do ‘povo’ que ocupa uma posição ‘invisível’ na estratificação social, a leitura que faço sobre o recuo do rendimento médio do salário do trabalhador baiano revela várias razões que sustentam essa situação. A principal delas é a falta de investimento na produção e na qualificação dos trabalhadores, uma estratégia que parece ser intencional para manter o Estado como o único gerador de renda. Essa abordagem resulta em uma política assistencialista desastrosa, que beneficia apenas aqueles que estão no poder há décadas.
Infelizmente, não consigo vislumbrar mudanças no curto prazo enquanto os mesmos nomes e ideologias continuarem nas posições de liderança.