A Brasfrut Frutos do Brasil, agroindústria que produz sucos naturais, polpas congeladas e néctares de frutas, passou a transformar 100% do seu resíduo para a fabricação de novos produtos. Com a iniciativa, a empresa baiana desponta na economia circular, cria novos negócios e promete gerar mais empregos.
De acordo com o diretor operacional da Brasfrut, Germano Matos, a empresa busca por soluções que possam contribuir para a sustentabilidade ambiental e também fechar um ciclo de uma cadeia produtiva que começa no campo e que pode voltar novamente ao campo como derivados agropecuários que ajudem no desenvolvimento de alimentos enriquecidos de nutrientes e isentos de produtos químicos.
“Nossos resíduos vão seguir duas rotas tecnológicas indicativas de produtos para ração animal e estrumo orgânico e duas outras rotas para matéria-prima (insumos) para alimentos processados. Além de comercializarmos esses novos produtos, ainda contribuímos para preservação ambiental e geramos empregos. Não estimamos com precisão este número, pois avançamos até a etapa de sabermos as possíveis rotas tecnológicas, que poderemos trabalhar. As etapas posteriores nos ajudarão a saber dos investimentos necessários e da quantidade de novos empregos que serão gerados. Mas o objetivo é de continuar a fomentar empregos e desenvolvimento da cidade de Feira de Santana e, especialmente, do distrito de Humildes”, conta Matos.
Tecnologia e inovação
Para alcançar seu objetivo de resíduo zero, a Brasfrut buscou a expertise tecnológica do Senai Cimatec e, assim, resolver o problema da geração de toneladas do material orgânico que era descartado após o processamento das polpas de frutas. Uma parte desses resíduos era destinada aos pequenos produtores rurais que usavam para alimentar os animais, mas sem valor econômico agregado.
Conforme a engenheira de alimentos e gerente da área de Tecnologia de Alimentos do Senai Cimatec Tatiana Nery, a transformação dos resíduos em novos produtos tem grande impacto ambiental, social e econômico. “Produzimos matrizes alimentares que são exportados, mas hoje ainda geramos muita perda, que é de 10 a 30%. Essa perda gerada pela agroindústria são ricos ainda em nutrientes, vitaminas, fibras, antioxidantes, corantes.
Esses resíduos podem ser aproveitados para formar novos alimentos e insumos para serem aplicados na indústria alimentícia, assim como na indústria de cosméticos e farmacêutica, na produção de óleos essenciais, antioxidantes, moléculas de ação de fotoproteção, entre outros. Então são diversos nutrientes que podemos extrair e gerar produtos com alto valor agregado”.
Para a Brasfrut foram utilizadas, principalmente, as cascas de abacaxi e do maracujá. “Desenvolvemos produtos desde a ração animal até concentrados enzimáticos para reutilizar na própria fabricação dos sorvetes, só que não como produto final, mas como insumos. Mas também desenvolvemos na agroindústria de Barreiras, uma grande produtora de bananas, que tinha uma perda de 10 a 20%, tecnologia para produzir maionese vegana, uma série de molhos, condimentados veganos e doce cremoso parecido com a Nutela”, revela a especialista.
Tenho interesse na ração animal dos resíduos. Gostaria de mais informações.