As vendas do varejo, na Bahia, em abril, cresceram 2,1% na comparação com o mês anterior, recuperando em parte as perdas registradas de janeiro para fevereiro (-1,1%) e de fevereiro para março (-2,3%), na série livre de influências sazonais. Nessa comparação, o varejo baiano teve o melhor mês de abril desde 2013, quando havia sido registrado aumento de 2,2% nas vendas. Os dados foram divulgados nesta manhã pelo IBGE.
O crescimento das vendas na Bahia em abril foi o dobro do registrado no país como um todo (1%) e acompanhou o movimento positivo do comércio verificado em 15 dos 27 estados. O varejo de São Paulo teve o melhor resultado, com crescimento de 8,2% nas vendas, enquanto Tocantins registrou a maior queda em abril (-10,3%).
Em relação a abril de 2016, o comércio varejista baiano se mantém em queda (-2,1%), ainda que mostrando sucessivas reduções no ritmo de recuo desde fevereiro (-6,4%).
Com o resultado negativo de abril, nessa comparação com o mesmo mês do ano anterior, o varejo na Bahia acumula mais de dois anos (28 meses) de quedas consecutivas nas vendas, desde janeiro de 2015 (-3,7%). Entretanto, a perda de abril (-2,1%) foi a menor desde março de 2015 (-0,4%).
Ainda em relação ao mesmo mês do ano passado, a queda no varejo baiano (-2,1%) vai em sentido oposto ao crescimento de 1,9% das vendas no país como um todo, o qual foi impulsionado, sobretudo, pelo desempenho positivo dos supermercados, em parte consequência da Páscoa. Na Bahia, ao contrário, as vendas dos supermercados caem seguidamente há quase dois anos e se mantêm como principal pressão de baixa no comércio no estado.
O resultado negativo da Bahia em abril (-2,1%) acompanhou o movimento ainda verificado na maior parte (14) dos 27 estados, mas foi a segunda menor queda dentre eles, pior apenas do que o recuo de -1% verificado no Rio de Janeiro. Na comparação com abril de 2016, Goiás (-10,2%) teve a maior queda nas vendas do varejo, enquanto Santa Catarina registrou o maior crescimento (24,5%).
Com os resultados de abril, na Bahia, o acumulado em 12 meses mostra uma queda de 9,7% nas vendas do varejo, um pouco menor que os -10,5% acumulado nos 12 meses encerrados em março, mas um pouco mais que o dobro do recuo nacional (-4,6%). Dos 27 estados, apenas Santa Catarina conseguiu deixar os resultados negativos para trás nesse indicador, acumulando aumento de 2,7% nas vendas nos 12 meses encerrados em abril.
Nos primeiros quatro meses de 2017, o comércio baiano acumula perda de 4,2% no volume de vendas, mais acentuada que o –1,6% da média nacional. Dos 27 estados, 18 registram recuo das vendas neste ano.
Automóveis e material de construção
Para o comércio varejista ampliado – que engloba o varejo e as atividades de veículos, motos, partes e peças e de material de construção -, na Bahia, houve queda de 3,6% na comparação abril 17/abril 16, acelerando o ritmo de retração em relação a março (-1,8%) e uma queda bem mais intensa que a nacional (-0,4%).
Nessa comparação, o varejo ampliado na Bahia acompanhou o movimento de queda verificado em 17 dos 27 estados, destacando-se os recuos de Rondônia (-11%), Goiás (-10,5%) e Piauí (-9,8%).
Tanto as vendas de veículos, motocicletas, partes e peças (-6,4%) quanto as de material de construção (-9,3%) apresentaram recuos importantes em abril, o que foi decisivo para a queda mais intensa do varejo ampliado.
Em 2017, o varejo ampliado baiano acumula queda de 4,2% (frente a uma média nacional de -1,8%) e, nos 12 meses encerrados em abril, as perdas somam 8,8% (frente a uma média nacional de -6,3%). Na taxa anualizada (12 meses), dos 27 estados, apenas Roraima se mantém com variação positiva para as vendas do varejo ampliado (0,5%).
Vendas de hiper e supermercados se mantêm em queda
Em relação ao mesmo mês do ano passado, em abril, na Bahia, 5 das 10 atividades do varejo e varejo ampliado tiveram resultados positivos, com destaque, em termos de magnitude, para livros, jornais, revistas e papelaria (35,3%), móveis e eletrodomésticos (17,0%) e tecidos, vestuário e calçados (3,3%).
Por outro lado, das 5 atividades com taxas negativas, os piores resultados continuaram vindo de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios e fumo (-11,2%) e combustíveis (-6,5%), com a entrada nesse grupo do Material de Construção (-9,3%).
Por ser a atividade de maior peso no volume de vendas do comércio baiano, os hiper e supermercados exerceram a principal influência no recuo do varejo em abril. Na Bahia, as vendas desse setor seguem em quedas sucessivas há quase dois anos, desde maio de 2015 (-4,9%) e ainda não mostraram redução importante do ritmo de recuo.
Nos 12 meses encerrados em abril, nenhuma das 10 atividades pesquisadas pelo IBGE teve desempenho positivo na Bahia, situação que se repete desde dezembro de 2016.