As vendas do varejo na Bahia registraram, en fevereiro, um segundo crescimento consecutivo frente ao mês anterior (2,3%), após sete recuos seguidos nessa comparação, que não leva em conta influências sazonais. Foi o maior aumento das vendas do comércio varejista no estado, para um mês de fevereiro, em 16 anos, desde 2006, quando a alta frente a janeiro havia sido de 3,4%
Apesar do novo resultado positivo, o volume de vendas na Bahia em 2022 ainda segue abaixo do patamar registrado em fevereiro de 2020, no pré-pandemia (-4,8%). Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), do IBGE.
Já na comparação de fevereiro/22 com fevereiro/21, o resultado das vendas do varejo na Bahia seguiu negativo (-3,3%), mostrando a sétima queda consecutiva (recua mensalmente desde agosto/21) e pior do que o do país como um todo (1,3%). Ainda assim, verifica-se uma diminuição progressiva no ritmo de queda (o recuo é menor a cada mês) desde novembro de 2021.
Com o desempenho de fevereiro, as vendas do varejo baiano acumulam queda de 5,5% nos dois primeiros meses de 2022, frente ao mesmo período do ano passado. É a terceira retração mais profunda, ao lado da verificada no Amapá (-5,5%), melhor apenas que os recuos em Sergipe (-8,0%) e Pernambuco (-7,7%).
No Brasil como um todo, o varejo acumula variação negativa (-0,1%) no ano de 2022, e só 11 das 27 unidades da Federação mostram alta das vendas, lideradas por Amazonas (28,4%), Roraima (12,4%) e Espírito Santo (8,7%).
No acumulado nos 12 meses encerrados em fevereiro (frente aos 12 meses anteriores), o varejo baiano também segue no negativo (-0,8%). Nesse confronto, o estado manteve o oitavo pior resultado do país. O Brasil como um todo mostra avanço de 1,7%. Rondônia (8,6%) Piauí (8,0%) e Espírito Santo (7,8%) lideram entre os resultados positivos, enquanto Tocantins (-6,3%), Sergipe (-4,4%) e Paraíba (-3,9%) mostram as quedas mais intensas.
Atividades
Em fevereiro, na Bahia, o recuo geral das vendas frente ao mesmo mês de 2021 (-3,3%) foi concentrado em 3 das 8 atividades do varejo restrito (que exclui automóveis e material de construção).
A maior queda foi verificada, mais uma vez, no segmento de móveis e eletrodomésticos (-30,9%), que também exerceu a principal influência negativa no resultado geral das vendas do varejo no estado. Foi a oitava queda consecutiva nas vendas dessa atividade (recua desde julho/21), que também tem os priores resultados no ano de 2022 (-30,5%) e no acumulado em 12 meses (-13,9%).
Em seguida, vieram os combustíveis, cujas vendas caíram 12,9% em fevereiro, exercendo a segunda maior influência para baixo no resultado do varejo baiano. O segmento apresenta resultados negativos mês a mês desde agosto de 2021, já recua 16,4% em 2022 e 3,7% nos 12 meses encerrados em fevereiro.
As vendas de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo também se mantiveram em queda em fevereiro (-1,4%), completando 16 meses de recuos consecutivos (desde novembro de 2020). Acumulam retração de 5,0% nos dois primeiros meses de 2022 e de 9,0% em 12 meses.
Dentre os segmentos com crescimentos nas vendas, os destaques foram para tecidos, vestuário e calçados (15,1%), que teve a maior influência positiva no resultado geral do varejo baiano no mês, e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos, com a taxa de crescimento mais elevada (24,4%).
Varejo ampliado
Em fevereiro, o volume de vendas do comércio varejista ampliado baiano caiu frente ao mês anterior, na série livre de influências sazonais (-2,5%).
Foi o segundo pior resultado entre os estados, acima apenas de Pernambuco (-14,1%), e bem abaixo do verificado no Brasil como um todo (2,0%). Também foi a queda mais intensa para um mês de fevereiro, frente a janeiro, em 14 anos (desde 2008, quando o recuo havia sido de 4,7%)
Frente ao mesmo mês do ano anterior, as vendas do varejo ampliado na Bahia também foram menores em fevereiro (-4,4%). O estado teve a terceira queda mais intensa, acima apenas de Pernambuco (-8,0%) e Rio Grande do Norte (-5,2%), e um resultado bem pior do que o nacional (0,3%).
O varejo ampliado engloba, além do varejo restrito, as vendas de veículos, motos, partes e peças e de material de construção, para as quais não se consegue separar claramente o que é varejo do que é atacado. No confronto com fevereiro de 2021, ambas as atividades tiveram retração.
As vendas de veículos recuaram 6,2%, e as de material de construção caíram 7,5%. O segmento de veículo teve, no mês, o primeiro resultado negativo depois de 12 altas consecutivas. Já as vendas de materiais de construção vêm em queda há 9 meses seguidos (desde junho/21).
Apesar dos resultados negativos de fevereiro, o varejo ampliado baiano ainda sustenta variação positiva no ano de 2022 (0,2%) e cresce 8,2% no acumulado em 12 meses (8,2%). Ambos os resultados estão acima dos registrados no Brasil como um todo (-0,6% e 4,8%, respectivamente).