As vendas do varejo na Bahia tiveram, em março, uma variação negativa (-0,1%) em relação ao mês anterior, na série livre de influências sazonais, após o crescimento que havia sido registrado em fevereiro (0,7%). Nessa comparação, o varejo baiano teve desempenho pior que o do país como um todo, onde as vendas variaram 0,3%. Os dados foram divulgados hoje pelo IBGE.
De fevereiro para março, o volume de vendas do comércio varejista cresceu em 17 dos 27 estados. Tocantins (5,3%), Amazonas (4,4%) e Alagoas (2,7%) foram os destaques positivos, enquanto São Paulo (-1,1%), Rondônia (-1,9%) e Mato Grosso (-3,9%) foram os negativos.
O resultado do varejo também foi negativo para a Bahia na comparação com março de 2018. As vendas caíram 4,3%, após o crescimento de 5,8% que havia sido verificado em fevereiro.
A queda foi discretamente menor que a do país como um todo (-4,5%) e acompanhou o movimento de recuo registrado em 20 dos 27 estados, com destaques para as quedas no Piauí (-7,7%), Paraná (-9,3%) e na Paraíba (-10,7%). Nesse confronto, os melhores resultados do varejo ocorreram no Acre (4,6%), Espírito Santo (2,6%) e Tocantins (2,0%).
Apesar dos recuos no mês, as vendas do varejo baiano fecharam o primeiro trimestre de 2019 no positivo (0,2%), uma variação que, embora discreta, é o melhor resultado para os primeiros três meses do ano desde 2014 (9,5%). Está também próxima do desempenho nacional (0,3%).
Nos 12 meses encerrados em março, o comércio na Bahia também teve variação positiva (0,1%), a menor entre os 27 estados e abaixo do resultado do país como um todo (1,3%).
Vestuário e livros
Em março, na Bahia, 6 das 8 atividades do varejo restrito (que exclui as vendas de automóveis e material de construção) tiveram quedas nas vendas, frente ao mesmo mês de 2018.
A única alta veio do segmento de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (2,8%), enquanto as vendas de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo se mantiveram estáveis (0,0%).
Os recuos nas vendas foram maiores nos setores de livros, jornais, revistas e papelaria (-57,8%), equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (-26,5%) e tecidos, vestuário e calçados (-10,7%). Porém, levando em conta o peso de cada atividade na estrutura do varejo baiano, os recuos em vestuário e livros foram, nessa ordem, os que mais contribuíram para o resultado negativo do comércio como um todo, em março.
O segmento de vestuário apresentou sua primeira retração no ano e ainda fechou o primeiro trimestre de 2019 com uma variação positiva nas vendas (0,5%). Já as vendas de livros mantiveram a forte trajetória de queda iniciada em julho de 2018, aumentando o ritmo em relação a janeiro e fevereiro e acumulando recuo de 51,1% nos três primeiros meses de 2019.
Dentre os segmentos com resultados negativos em março, vale ressaltar também a queda nas vendas de outros artigos de uso pessoal e doméstico (-7,3%). Foi a primeira retração para essa atividade depois de quase dois anos de altas seguidas (vinha crescendo mês a mês desde maio de 2017). O segmento tem participação importante das vendas nos grandes sites de compras e havia sido, por muito tempo, uma das principais influências positivas para o varejo baiano como um todo.
Varejo ampliado recua 8% em março 19/março 18
Em março, na Bahia, o comércio varejista ampliado também teve resultados negativos e piores que os do varejo restrito.
Frente a fevereiro (série com ajuste sazonal), as vendas do varejo ampliado recuaram 0,7%, um desempenho pior que a média nacional (+1,1%). Já na comparação com março de 2018, as vendas do varejo ampliado na Bahia caíram 8,0%, recuando mais que o dobro da média (-3,45%) e mostrando o terceiro pior desempenho entre os estados, acima apenas de Alagoas (-9,7%) e Paraíba (-10,6%).
O varejo ampliado engloba, além do varejo restrito, as vendas de veículos, motos, partes e peças e de material de construção, para as quais não se consegue separar claramente o que é varejo do que é atacado.
Na comparação com março de 2018, esses dois segmentos voltaram a cair de forma significativa, após terem avançado em fevereiro. As vendas de veículos tiveram recuo de 16,5%, e as de materiais de construção caíram 9,9%.