O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medida oficial da inflação, calculado pelo IBGE, ficou em 1,12%, em maio, na Região Metropolitana de Salvador (RMS). Teve uma forte aceleração em relação à taxa de abril (0,09%), foi a maior para um mês de maio na RMS desde 1998, quando o índice havia ficado em 1,24%, e a maior desde novembro do ano passado (1,17%) quando se consideram todos os meses do ano. O índice da RMS foi ainda o mais alto dentre as 16 áreas investigadas pelo IBGE e acima do verificado no país como um todo (0,83%).
Com o resultado do mês, o IPCA na RMS tem alta de 3,24% no acumulado de janeiro a maio de 2021. Está ligeiramente acima do índice nacional (3,22%) e chega próximo ao acumulado em quase todo o ano passado – de janeiro a novembro de 2020, o IPCA da RMS havia aumentado 3,36%. Nos 12 meses encerrados em maio, a inflação na RMS fica em 7,65%. Seguiu acelerando de forma importante em relação aos 5,96% registrados nos 12 meses encerrados em abril, embora ainda se mantenha abaixo do acumulado no país como um todo (8,06%).
Combustíveis e energia
Dentre os nove grupos de produtos e serviços que compõem o IPCA, oito apresentaram altas em maio, na Região Metropolitana de Salvador. Apenas vestuário (-0,02%) teve leve variação negativa média dos preços. Os dois maiores aumentos vieram, respectivamente, dos custos com habitação (3,05%) e transportes (2,71%) – este último grupo exerceu a principal pressão de alta, por ter um peso maior nas despesas das famílias na RMS.
Os combustíveis aumentaram em média 8,93%, e a gasolina (8,43%) voltou a ser o item que individualmente mais contribuiu para o aumento do custo de vida em geral. O etanol (16,31%) também teve influência relevante, com o maior aumento mensal desde pelo menos janeiro de 2020 e o mais elevado dentre todas as centenas de produtos e serviços pesquisados para calcular o IPCA.
O aumento na passagem de ônibus, no final de abril, ainda repercutiu no IPCA de maio (4,02%) e também contribuiu para aumentar a inflação do mês na RMS.
Dentre os custos de moradia, a alta da energia elétrica (10,54%) foi a mais impactante. O aumento foi o segundo maior dentre todos os itens que formam o IPCA (abaixo apenas do etanol) e exerceu a segunda principal pressão inflacionária em maio, na RMS.
Em maio passou a vigorar a bandeira tarifária vermelha patamar 1, que acrescenta R$ 4,169 na conta de luz a cada 100 quilowatts-hora consumidos, uma diferença grande para mais em relação à bandeira amarela, que estava em vigor de janeiro a abril.
Os alimentos (0,32%) também seguiram pressionando a inflação em maio, na RM Salvador, sobretudo aquele consumidos em casa (0,83%), com destaque para as carnes em geral (1,99%), aves e ovos (2,99%) e panificados (1,70%).
A deflação média da alimentação fora de casa (-1,09%), puxada pelo lanche (-3,98%), e de alguns produtos importantes, como as frutas (-2,75%) e a cebola (-8,83%), não foi o suficiente para evitar que os alimentos continuassem pesando no custo de vida da RMS.