O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), calculado pelo IBGE, ficou em 1,06%, em março, na Região Metropolitana de Salvador (RMS). O IPCA-15 funciona como uma prévia da inflação oficial do mês, refletindo os preços coletados entre 12 de fevereiro e 16 de março. Após três desacelerações seguidas, o índice voltou a acelerar, ou seja, a aumentar mais do que no mês anterior (havia sido de 0,91% em fevereiro). Foi ainda o mais alto para um mês de março desde 2015 (quando tinha ficado em 1,33%).
O IPCA-15 da RMS em março também ficou acima do registrado no país como um todo (0,95%) e foi o 5º mais elevado entre as 11 áreas pesquisadas separadamente pelo IBGE. A Região Metropolitana de Curitiba/PR (1,55%), o município de Goiânia/GO (1,19%) e a RM Belém/PA (1,15%) registraram as maiores prévias de inflação em março. No outro extremo, Brasília/DF (0,61%) e as RM São Paulo/SP (0,71%) e Porto Alegre/RS (0,82%) tiveram os menores índices.
No primeiro trimestre de 2022, o IPCA-15 da RM Salvador acumula alta de 3,09%, mantendo-se acima do resultado nacional (2,54%) e o maior acumulado no ano dentre todas as áreas. Nesse indicador, a RM Porto Alegre (0,92%), Brasília/DF (1,86%) e a RM Fortaleza/CE (2,47%) têm os menores aumentos.
O IPCA-15 da RMS também está entre os mais altos do país no acumulado nos 12 meses encerrados em março. Com alta de 11,92%, é o segundo mais elevado, abaixo apenas do índice na RM Curitiba/PR (13,64%) e acima do indicador nacional (10,79%). Nesse acumulado, apenas a RM Belém/PA (9,32%), Brasília/DF (9,33%) e a RM Porto Alegre/RS (9,97%) têm aumentos menores que 10%.
Preços dos alimentos e transportes
O IPCA-15 de março na Região Metropolitana de Salvador (1,06%) foi resultado de aumentos nos preços médios de oito dos nove grupos de produtos e serviços que formam o índice.
O maior aumento entre os grupos veio dos preços do vestuário (2,01%), puxado pelas roupas (1,98%), sobretudo as femininas (3,24%). Entretanto, como se trata de uma despesa de peso menor nos orçamentos das famílias, o vestuário exerceu apenas a quarta principal influência de alta no IPCA-15 de março, na RMS.
Quem liderou as pressões inflacionárias na prévia do mês foram, nessa ordem, os alimentos (1,84%, o segundo maior aumento entre os grupos) e os transportes (1,60%, terceiro maior aumento).
Em média, o preço dos alimentos mostrou aceleração, subindo em março (1,84%) o dobro do registrado em fevereiro (0,92%) e mostrando o maior aumento mensal em pouco mais de dois anos, desde janeiro de 2020 (2,39%), segundo o IPCA-15.
A alta foi puxada por legumes como a cenoura (50,07%), que teve maior aumento de preço dentre as centenas de itens pesquisados pelo IBGE, e a batata-inglesa (27,80%, segundo maior aumento dentre todos os itens); e por frutas como a maçã (17,58%, quarto maior aumento). No primeiro trimestre, o grupo alimentação e bebidas tem alta de 4,45%, na RM Salvador, e acumula aumento de 12,61% em 12 meses.
Os preços dos transportes também aumentaram mais no IPCA-15 de março (1,60%) do que no de fevereiro (1,13%), puxados pelos combustíveis (2,62%), com força maior da gasolina (2,73%). O grupo é o que mais aumenta no acumulado em 12 meses (20,13%).
Outra despesa importante que ajudou a puxar a prévia da inflação de março para cima, na RM Salvador, foi o gás de botijão, que subiu em média 5,06% e exerceu a segunda maior influência individual na alta no IPCA-15 no mês – perdeu apenas para o perfume (12,94%).
Único grupo com deflação média na prévia de março, comunicação (-0,21%) foi puxado para baixo pelos preços dos aparelhos telefônicos (-1,28%).
Energia elétrica (-2,27%) e planos de saúde (-0,70%) foram duas outras despesas importantes com queda média dos preços, na RM Salvador, e que evitaram uma alta ainda maior do IPCA-15 em março.