O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), calculado pelo IBGE, ficou em 1,19% na Região Metropolitana de Salvador (RMS) em fevereiro. Teve uma segunda aceleração consecutiva, aumentando mais do que nos mês anterior (havia sido de 0,60% em janeiro e 0,36% em dezembro/22), e foi o mais alto para um fevereiro, na RMS, em sete anos, desde 2016, quando havia ficado em 2,26%. Também foi o maior IPCA-15 do país, superior ao nacional (0,76%) e o mais elevado entre os 11 locais investigados separadamente.
O IPCA-15 funciona como uma prévia da inflação oficial do mês, refletindo os preços coletados entre 13 de janeiro e 10 de fevereiro de 2023. Com a alta expressiva no mês, o IPCA-15 da RMS também é o mais alto do país tanto no acumulado no ano de 2023 (1,80%) quanto nos 12 meses encerrados em fevereiro (6,61%). Para o Brasil como um todo, esses índices são, respectivamente, de 1,31% e 5,63%.
Educação
O IPCA-15 de fevereiro na RMS foi resultado de aumentos nos preços médios de sete dos nove grupos de produtos e serviços que formam o índice. As despesas do grupo educação tiveram o maior aumento médio (6,26%) e exerceram a principal pressão inflacionária na prévia do mês.
É em fevereiro que o IBGE capta a maior parte dos aumentos nas mensalidades escolares. Por isso os gastos com educação tradicionalmente têm impacto importante nos índices de inflação do mês (IPCA-15 e IPCA). A tendência se manteve em 2022, mas o aumento (6,26%) foi o maior em seis anos, desde 2017, quando a alta do grupo havia sido de 7,50%, na RM Salvador.
Os cursos regulares (escolas) aumentaram 7,84% na RMS, segundo o IPCA-15, puxados, mais uma vez, pelo ensino fundamental (11,25%), mas com influências significativas da pré-escola (10,98%) e do ensino médio (9,78%). O ensino superior aumentou menos (2,32%).
Os grupos habitação (2,13%, maior aumento do país) e transportes (1,60%, segundo maior aumento do país) também tiveram altas expressivas na prévia da inflação de fevereiro, na RM Salvador. Foram puxados, respectivamente, pelas variações da energia elétrica (5,99%) e da gasolina (5,16%), itens que exerceram as maiores pressões individuais no índice do mês.
Por outro lado, vestuário (-0,40%, primeira queda em 18 meses, desde julho de 2021) e artigos de residência (-0,46%) tiveram deflações e evitaram um aumento ainda maior do IPCA-15 de fevereiro, na RMS, puxados, respectivamente, pelas roupas (-0,56%) e os móveis e utensílios (-0,91%).
Mesmo entre os grupos em alta, houve itens importante nas despesas das famílias que também mostraram queda média de preços. Caso das passagens aéreas (-12,0%), do gás de botijão (-3,16%) e da cebola (-15,84%).