O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medida oficial da inflação, calculado pelo IBGE, teve, em março, uma segunda desaceleração consecutiva (aumentou menos do que no mês anterior) e ficou em 0,44% na Região Metropolitana de Salvador (RMS). Foi a menor inflação para um mês de março, na RMS, em três anos, desde 2020, quando o IPCA havia ficado em 0,17%.
A inflação de março na RMS ficou bem menor que a do Brasil como um todo (0,71%) e foi a 3ª mais baixa entre os 16 locais investigados separadamente pelo IBGE, acima apenas dos índices das regiões metropolitanas de Fortaleza/CE (0,35%) e Belo Horizonte/MG (0,39%). Os maiores aumentos de preços no mês ocorreram na Região Metropolitana de Porto Alegre/RS (1,25%), em Brasília/DF (1,11%) e na RM Curitiba/PR (1,03%).
Apesar dessa segunda desaceleração nos preços médios, a inflação da RMS é a segunda mais alta do país tanto no acumulado no primeiro trimestre de 2023 (2,36% de janeiro a março, índice menor apenas do que o da Grande Vitória/ES, 2,79%) quanto nos 12 meses encerrados em março (5,36%, só abaixo do registrado na RM São Paulo/SP, 5,61%).
No Brasil como um todo, o IPCA acumula alta de 2,09% no primeiro trimestre de 2023 e de 4,65% nos 12 meses encerrados em março. Os 16 locais pesquisados têm altas em todos os índices (mensais, acumulados no ano e em 12 meses).
Produtos e serviços
A inflação de março na Região Metropolitana de Salvador (0,44%), apesar de menor do que a de fevereiro (0,81%), foi mais espalhada, resultado de altas disseminadas por 8 dos 9 grupos de produtos e serviços que compõem o IPCA.
O grupo transportes (1,48%) teve o maior e mais relevante aumento de preços para o índice no mês. A alta veio após uma deflação (-0,28%) em fevereiro e foi puxada pelos combustíveis (6,78%), com mais força de gasolina (7,96%), que exerceu a maior pressão inflacionária individual em março.
O etanol também teve aumento importante (5,50%), enquanto o diesel mostrou deflação significativa (-4,93%). Os resultados da gasolina e do etanol foram influenciados principalmente pelo retorno da cobrança de impostos federais (PIS/COFINS) no início do mês.
Ainda no grupo de despesas com transporte, o conserto de automóvel (1,84%) também deu uma contribuição importante para o aumento do custo de vida na Região Metropolitana de Salvador, em março.
Com a segunda maior alta (0,56%), os preços do grupo saúde e cuidados pessoais tiveram o segundo maior impacto para cima no IPCA do mês, puxados, sobretudo, pelo aumento dos planos de saúde (1,21%).
Único grupo de despesas com deflação em março, na RMS, vestuário (-0,78%) teve uma segunda queda mensal consecutiva dos preços, com maior contribuição das roupas masculinas (-2,18%).
Dentre os itens que mostraram quedas médias de preços importantes no mês, contribuindo para que a inflação em março tenha sido menor do que em fevereiro, estão o seguro voluntário de veículo (-9,13%), as passagens aéreas (-10,35%) e o tomate (-9,67%).