No atual cenário mundial, existe uma corrida que visa completar a transição energética na maior escala possível. A transição energética fundamenta-se no processo de troca da base que sustenta o consumo de energia mundial, transicionando, portanto, do uso de combustíveis fósseis para energias limpas. No Brasil, a Bahia tem se destacado nesse movimento – de certo modo, impulsionada pelas pressões globais.
De fato, ao longo dos últimos anos, o estado conseguiu atrair uma série de investimentos voltados às energias renováveis, colocando-o em uma posição de liderança nesse setor. Entre os inúmeros exemplos que poderiam ser citados, a inauguração do Complexo Eólico Novo Horizonte, por exemplo, mostra-se como um dos avanços do estado no âmbito da transição energética.
Como as indústrias se beneficiam da transição energética?
O setor de energia, de um modo geral, possui grande influência na movimentação econômica, seja na macro ou na microescala. Nesse sentido, poderíamos fazer o seguinte questionamento: quais são os benefícios desse processo? Em tese, o primeiro benefício seria a redução dos custos operacionais e a maior eficiência energética.
Outro elemento fundamental para as empresas é que, inevitavelmente, a transição energética ajuda na imagem corporativa alinhada às demandas da sociedade moderna, que busca diminuir a supressão da natureza em termos de consumo. Além disso, o uso de energias renováveis pode ser um fator decisivo para o relacionamento entre empresas em âmbito internacional, considerando os acordos travados nos últimos anos.
Não é à toa que, na Bahia, por exemplo, as indústrias químicas e petroquímicas operam como agentes ativos na transição energética, tanto no financiamento de pesquisas e projetos voltados a biocombustíveis quanto em tecnologias com selo verde e materiais recicláveis.
Uma das maiores empresas do setor químico na América Latina, a Unigel, por exemplo, anunciou recentemente um investimento no valor de US$ 1,5 bilhão, voltado para a construção da primeira planta de hidrogênio verde, considerando uma escala industrial no território brasileiro, localizado em Camaçari.
Por conseguinte, a Braskem, uma grande empresa presente no Polo Industrial de Camaçari, também investiu nos últimos anos em medidas voltadas à redução das emissões de gases de efeito estufa.
Esse investimento deu-se através do Programa de Descarbonização Industrial. Entre as iniciativas, encontram-se investimentos em inovação, energia renovável e novas tecnologias. Outro exemplo é a Tronox, que tem colocado seu foco na utilização de materiais recicláveis para atingir, até o ano de 2050, a neutralidade de carbono.
Outro elemento da transição energética que está destacando-se na Bahia é a produção de biocombustíveis. A Acelen é um exemplo nesse quesito, desenvolvendo projetos que visam reduzir o uso de combustíveis fósseis, produzindo combustíveis sustentáveis de viação (SAF) e diesel verde (HVO), com uma pegada de carbono 80% menor que as opções atuais.
Esses investimentos, além de reforçar o compromisso do estado baiano em parceria com a indústria, alinham-se com as demandas globais por eficiência energética e sustentável. Nessa perspectiva, com o volume de investimento, a implementação de sistemas de gestão financeira torna-se cada vez mais urgente.
No fim, em meio às pressões globais por uma transição energética, a Bahia tem respondido da melhor forma, colocando-se no cenário mundial como um dos estados promissores nesse processo, que, gradativamente, visa equilibrar produção, consumo e natureza.