A segunda estimativa para a safra baiana de cereais, leguminosas e oleaginosas (também conhecidos como grãos) em 2023 manteve, em fevereiro, a previsão de que a produção chegue a 10.988.805 toneladas neste ano. Isso representa uma redução de 3,3% (ou menos 372.902 toneladas) em relação ao recorde de 2022 (11.361.707 toneladas).
Frente a janeiro, a previsão se manteve totalmente estável. E, assim como já havia sido sinalizado desde o prognóstico feito em outubro do ano passado, dentre as 12 safras de cereais, leguminosas e oleaginosas pesquisadas na Bahia, apenas o amendoim 2ª safra tem previsão de variação positiva na quantidade colhida, em 2023: mais 10 toneladas (+0,4%), chegando a uma produção de 2.486 toneladas.
Por outro lado, esta segunda estimativa mantém que a maior previsão de queda absoluta, entre os grãos, deve ocorrer na produção de soja: menos 177.186 toneladas ou -2,4%, chegando a uma safra de 7.063.494 toneladas em 2023. Já em termos relativos, a maior perda deve vir do milho 2ª safra, com uma produção de 520.780 toneladas, 19,9% menor que a de 2022 (-129.220 t.).
Tanto no caso da soja quanto do milho 2ª safra, a previsão é de queda no rendimento médio (produtividade), com as áreas plantadas e colhidas mantendo-se, até o momento, as mesmas de 2022. O rendimento da soja deve se reduzir de 3.972 kg/hectare para 3.875 kg/hectare; já o do milho 2ª safra deve recuar de 2.500 kg/hectare para 2.003 kg/ hectare.
As estimativas para essas duas culturas na Bahia vão na contramão do previsto para o Brasil como um todo, onde ambas devem ter safras recordes em 2023, de 145,0 milhões e 92,7 milhões de toneladas, respectivamente.
A soja e o milho devem ser justamente os principais destaques positivos da safra brasileira de cereais, leguminosas e oleaginosas, que pode alcançar novo recorde em 2023: 298,0 milhões de toneladas, 13,3% ou 34,9 milhões de toneladas maior do que a de 2022 (que havia sido de 263,2 milhões de toneladas).
Frente à previsão de janeiro, porém, houve redução de 1,3% na estimativa da safra nacional para este ano, ou menos 3,9 milhões de toneladas.
Mesmo com a previsão de colher 3,3% menos neste ano, a Bahia ainda deve ter a sétima maior safra de grãos do país, respondendo por 3,7% do total nacional (frente a uma participação de 4,3% em 2022). Mato Grosso continua na liderança (29,7%), seguido por Paraná (15,1%) e Goiás (11,8%).
As informações são do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), realizado mensalmente pelo IBGE. O grupo de cereais, leguminosas e oleaginosas (grãos) engloba os seguintes produtos: arroz, milho, aveia, centeio, cevada, sorgo, trigo, triticale, amendoim, feijão, caroço de algodão, mamona, soja e girassol.
Produtos
Considerando todos os produtos investigados sistematicamente pelo IBGE na Bahia (não apenas os grãos), a previsão de fevereiro também manteve o prognóstico de que haja recuos em 20 das 26 safras, no estado, em 2023.
Entre as maiores perdas absolutas, além da soja (-177.186 toneladas, a maior) e do milho 2ª safra (-129.220 t, terceira maior), a cana-de-açúcar também tem destaque, com a segunda queda mais intensa (-130.310 t). A produção de café arábica deve ter a maior retração em termos percentuais (-30,8%), chegando a 69.510 toneladas, 30.990 a menos do que em 2022.
Por outro lado, dentre as seis safras com estimativas de alta em 2023, o maior crescimento, em termos absolutos e percentuais, fica com a mandioca (+82.006 toneladas ou +9,6%). Os aumentos nas produções de banana (+9.472 t ou +1,0%) e uva (+ 4.751 t ou +7,8%) também se destacam.