O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medida oficial da inflação, ficou em 0,17% na Região Metropolitana de Salvador, em março. Ficou muito próximo à taxa de fevereiro (0,16%), mas bem abaixo da inflação de março de 2019 (0,76%).
Ainda assim, a inflação de março na RMS foi maior que a média nacional (0,07%). No mês o IPCA teve as maiores variações em Campo Grande/MS (0,56%), na Região Metropolitana do Rio de Janeiro/RJ (0,46%) e na cidade de Aracaju/SE (0,41%). Por outro lado, 4 dos 16 locais pesquisados pelo IBGE tiveram deflação, liderados Goiânia/GO (-0,74%), RM Porto Alegre/RS (-0,32%) e Brasília (-0,22%).
Com os resultados de março, a inflação acumula alta de 0,67% no primeiro trimestre de 2020, na RM Salvador, acima do registrado no Brasil como um todo (0,53%). Nos 12 meses encerrados em março, a inflação acumulada na RM Salvador ficou em 3,27%, desacelerando em relação aos 3,88% acumulados até fevereiro e ainda um pouco menor que a média do país (3,30%).
Alimentação em casa e gasolina
Dentre os nove grupos de produtos e serviços que compõem o IPCA, seis apresentaram altas em março, na Região Metropolitana de Salvador. O maior aumento no mês veio do grupo educação (+0,69%), ainda refletindo uma parte dos reajustes anuais de mensalidades escolares (+0,74%), captadas pelo IBGE majoritariamente no mês de fevereiro.
Com a segunda maior alta, alimentação e bebidas (+0,59%) exerceu a principal pressão inflacionária em março. Em seguida, vieram os transportes (+0,32%), que, apesar de terem registrado apenas o quarto maior aumento médio, deram a segunda principal contribuição no sentido de puxar para cima o IPCA do mês – isso porque são a segunda maior despesa das famílias na RMS.
O aumento dos alimentos foi fortemente influenciado por aqueles consumidos em casa (+1,15%), já que a alimentação fora do domicílio teve deflação em março (-0,81%). Produtos como o tomate (+23,69%), a cebola (+30,27%), a cenoura (+33,22%) e a banana-prata (+7,81%) foram alguns dos que tiveram altas importantes na RM Salvador.
Entre os gastos com transportes, as principais influências vieram da gasolina (+2,14%), item que individualmente mais puxou a inflação de março para cima, e dos ônibus urbanos (+3,50%), que tiveram na Região Metropolitana de Salvador o segundo maior aumento do país em março – abaixo apenas do registrado em São Luís/MA (4,52%).
O aumento dos transportes foi fundamental para descolar a inflação de março na RM Salvador (0,17%) da nacional (0,07%, a menor para um mês de março desde o início do Plano Real). Isso porque foi neste grupo que se registrou a maior diferença entre a variação de preços local (+0,32%) e a do país como um todo (-0,90%).
Outra pressão inflacionária importante em março, na RMS, veio do grupo saúde e cuidados pessoais (+0,35%), com influência importante dos planos de saúde (+0,60%).
Dentre os três grupos de produtos e serviços com quedas médias dos preços em março, na RMS, destacam-se os artigos de residência (-2,06%), com recuos tanto nos aparelhos eletroeletrônicos (-2,88%) quanto em móveis e utensílios (-1,51%).
Apesar dos aumentos relevantes em produtos e serviços do grupo transportes, as passagens aéreas tiveram forte queda em março (-15,82%) e foram o item que individualmente mais contribuiu para segurar a inflação do mês na RM Salvador.
INPC foi de 0,29% em março
Na Região Metropolitana de Salvador, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação das famílias com menores rendimentos, ficou em 0,29% em março, acima do 0,16% registrado em fevereiro deste ano, mas abaixo do 0,75%, de março de 2019.
O INPC de março na RM Salvador (0,29%) ficou acima da média nacional (0,18%) e foi a 6a maior alta entre as 16 áreas pesquisadas.
No acumulado no primeiro trimestre de 2020, o índice está em 0,77%, acima do registrado no país como um todo (0,54%). Já nos 12 meses terminados em março, o INPC ficou em 3,39% na RM Salvador, acima da média nacional (3,31%) e desacelerando frente aos 12 meses encerrados em fevereiro (3,86%).