O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medida oficial da inflação, ficou em 0,23% na Região Metropolitana de Salvador (RMS). O resultado, segundo o IBGE, acelerou em relação ao índice de outubro (0,08%) e ficou bem acima do apurado em novembro de 2018 (-0,31%).
Apesar da aceleração, o IPCA de novembro na RMS ainda ficou bem abaixo da média nacional (0,51%). No mês, o índice foi maior no município de São Luís/MA (1,05%), na Região Metropolitana de Belém/PA (0,93%) e em Rio Branco/AC (0,72%). Por outro lado, as RMs de Rio de Janeiro/RJ (0,17%) e Recife/PE (0,14%) e a cidade de Aracaju/SE (0,14%) tiveram as menores inflações.
Com o resultado do mês, o IPCA na RMS acumula alta de 2,64% de janeiro a novembro de 2019, acelerando pela quarta vez seguida (havia ficado em 2,40% em outubro), mas ainda abaixo do acumulado no mesmo período em 2018 (3,45%). Continua também abaixo do verificado no país como um todo (3,12%).
A inflação da RMS também acelerou fortemente no acumulado nos 12 meses, indo a 3,22% em novembro, frente a 2,66% em outubro. Anda assim, está abaixo da média nacional (3,27%).
Despesas pessoais têm maior aumento
Em novembro, cinco dos nove grupos de produtos e serviços que compõem o IPCA tiveram altas na Região Metropolitana de Salvador; três grupos tiveram deflação; e comunicação manteve estabilidade (0,00%).
O maior aumento ficou com as despesas pessoais (1,53%), que também tiveram a maior contribuição para a inflação do mês, puxadas fortemente pelos jogos de azar (24,3%).
A alta nesse item foi consequência da entrada em vigor dos reajustes dos preços das loterias federais, que variaram de 40% a 66%. Com esse avanço, os jogos de azar passaram a ter o quarto maior aumento acumulado no ano de 2019.
A segunda principal pressão inflacionária na RMS em novembro veio do grupo alimentação e bebidas (0,32%), que voltou a aumentar depois de três quedas consecutivas, com avanços tanto nos preços dos alimentos consumidos no próprio domicílio (0,27%), quanto fora de casa (0,42%).
Dentre os alimentos, as carnes em geral (3,20%) foram as que mais contribuíram para a alta da inflação de novembro, com destaque para a alcatra (4,81%) e a carne-seca e de sol (3,18%).
As despesas com habitação (0,27%) também foram importantes para a aceleração do IPCA na RM Salvador, com forte influência da energia elétrica (0,90%), que aumentou, em grande medida, por conta da mudança de bandeira tarifária de outubro para novembro.
Por outro lado, transportes, com a segunda deflação seguida (-0,25%), foi o grupo que mais contribuiu para segurar a inflação do mês, na RM Salvador. A principal influência nesse sentido veio dos combustíveis (-0,90%), com destaque para a gasolina (-0,76%) e o etanol (-2,00%), seguidos pelos automóveis novos (-0,77%).
Os artigos de residência (-0,79%) também tiveram influência importante no sentido de conter a alta do IPCA em novembro, com quedas nos preços médios de mobiliário (-1,83%) e TV, som e informática (-2,79%).
Apesar do aumento dos alimentos em novembro, alguns itens consumidos no dia a dia também ficaram mais baratos e foram importantes para evitar uma alta ainda maior do IPCA. Foi o caso da batata-inglesa (-22,44%), do tomate (-18,77%) e da cebola (-9,26%).