O Brasil está vendo hoje um novo discurso e uma nova direção que pretende alterar o curso da economia brasileira, disse o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, ao discursar nesta quarta-feira (8) para empresários no Palácio do Planalto. Meirelles acompanhou o presidente interino, Michel Temer, que se reuniu com mais de 100 representantes do setor para ouvir sugestões a fim de solucionar a crise econômica.
“Os senhores ouvem hoje um novo discurso, uma nova direção, que pretende alterar o curso da economia para termos crescimento, mais oportunidade, maior produtividade, emprego e renda. São intenções declaradas por todos os governos, mas este está tomando medidas concretas, avaliando a crise e buscando um crescimento sustentável para o Brasil nas próximas décadas”, destacou.
Meirelles admitiu que o Brasil vive a crise econômica mais “intensa” de sua história. Não será surpresa se o Produto Interno Bruto (PIB), [a soma de todas as riquezas], for o menor desde o “início do século 20”. Mas destacou que, após a aprovação de medidas propostas pelo governo ao Congresso Nacional, será possível retomar o crescimento nos próximos trimestres. Disse, ainda, que é cauteloso e prefere “a máxima de prometer menos e entregar mais”.
Crise intensa – “Estamos vivendo a crise mais intensa da história do Brasil. Vamos esperar, mas não será surpresa se contração deste ano for a mais intensa desde que PIB começou a ser medido no início do século 20. É uma crise que gerou 11 milhões de desempregados. Temos que reverter esse processo”, disse. O ministro enfatizou que o número de desempregados no país é similar à população de Cuba. “Temos que reverter este processo”, afirmou.
Henrique Meirelles disse, ainda, que diagnósticos equivocadas no passado levaram a economia à atual situação e a equipe econômica tem trabalhado para mudar a situação que levou a erros causando consequências graves à economia, como a intervenção em preços e medidas que inibiram os investimentos.
Gastos limitados – O ministro criticou também o crescimento da dívida pública nos últimos anos. Uma das medidas do governo para reverter essa situação é a de limitar os gastos públicos, iniciativa já anunciada pelo presidente interino Michel Temer. E, mais uma vez, voltou a dizer que a falta de clareza e o endividamento no atual patamar levaram a uma falta de confiança dos investidores.
O ministro da Fazenda prometeu a continuidade das medidas econômicas e disse o trabalho da equipe para recuperar a economia é intenso, “dia e noite”. Citou, ainda, o esforçou para resolver as mudanças na Previdência Social e sanar o déficit do setor. Ao encerrar o discurso, ele conclamou os empresários ao trabalho: “Vamos trabalhar e sucesso a todos”. (Yara Aquino e Daniel Lima/Repórteres da Agência Brasil)