Quando se trata da mineração, a Bahia segue despontando. Novos postos de trabalho têm sido criados e o desenvolvimento da atividade faz girar a economia em setores como comércio e serviços, nas cidades onde as empresas estão instaladas. Um exemplo desse impacto é o que ocorreu em Itagibá, no Sul do estado: em 2016, quando a mineradora Mirabela deixou de operar na região, o Produto Interno Bruto per capita da cidade sofreu uma queda de 50% aproximadamente. Em 2015, o PIB era de mais de R$22 mi e despencou para R$11 mil, chegando a R$9 mil r em 2018, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mas, em 2019, o PIB deu um salto para mais de R$14 mil, depois que a Atlantic Nickel retomou a produção de níquel no município.
O PIB per capita é um indicador utilizado para relacionar o crescimento da uma economia aos ganhos da população. O emprego tem relação direta com esse processo. Atualmente, 2.500 trabalhadores diretos compõem o quadro de funcionários da Atlantic Nickel, lá em Itagibá. Número significativamente maior que em 2017, quando apenas 52 pessoas estavam trabalhando na atividade mineral no município, segundo levantamento da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado da Bahia (SDE).
Índices positivos
O presidente da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), Antonio Carlos Tramm, questiona a falta de ampla divulgação dos índices de crescimento socioeconômicos associados à mineração na Bahia. “Fora os bons trabalhos acadêmicos aqui e ali e o infográfico interativo criado pela CBPM, não temos estudos atualizados ou acompanhamentos detalhados sobre a repercussão positiva da atividade mineradora no território baiano, que aliás, o setor empresarial também deveria providenciar. Se os poucos números disponíveis já demonstram reflexos positivos nas cidades onde mineradoras estão instaladas, podemos imaginar que trabalhos de campo mais apurados e contínuos revelariam dados ainda mais fortes”, diz Tramm.
Outro exemplo é ressaltado pelo presidente da CBPM: o aumento dos postos de trabalho na cidade de Maracás, no Centro-Sul baiano. Mais de mil pessoas trabalham, atualmente, para a mineradora Largo Vanádio de Maracás (LVMSA), entre colaboradores contratados e terceirizados. Esse número é mais que o triplo do registrado em 2017, quando 330 trabalhadores atuavam na área, de acordo com a SDE. “Levando em consideração que para cada emprego direto são criados mais 11 indiretos, o número de empregos gerados é ainda maior”, destaca Tramm.
Além da movimentação na economia local promovida pela oportunidade de emprego, os municípios também recebem uma injeção de recursos provenientes da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM). Os valores podem ser revertidos em infraestrutura, serviços sociais e para benefício da população, como educação, saúde, dentre outros. Somente em 2022, Itagibá, recebeu cerca de sete milhões de reais da CFEM, terceiro maior valor de todo estado (No primeiro lugar está Juazeiro com quase oito milhões de reais e em segundo Jacobina, com quase mais de sete milhões e meio). Uma realidade bem diferente de 2017, quando a cidade nem sequer apareceu na lista de arrecadadores, de acordo com a Agência Nacional de Mineração (ANM).
Sustentabilidade
Além dos aspectos econômicos, iniciativas no patamar da sustentabilidade representam o comprometimento do setor com os municípios e, sobretudo, com as pessoas que vivem neles. No início deste ano, a Atlantic Nikel inaugurou, na Mina Santa Rita, um novo Centro de Triagem de Resíduos (CTR), uma área total de 1.506 metros quadrados, onde foram investidos cerca de 3 milhões de reais, para assegurar que os resíduos minerais tenham a destinação adequada, em conformidade com a lei e sem prejuízos ao meio ambiente.
Para o presidente da União dos Prefeitos da Bahia (UPB), Zé Cocá, a mineração pode levar desenvolvimento aos municípios quando tratada com responsabilidade. “A atividade mineradora é positiva quando se estabelece para gerar emprego e atrair empreendimentos para a região, sobretudo, quando em paralelo existe o compromisso de seguir as legislações e normas ambientais”, diz Cocá.