A Petrobras está finalizando o due diligence (um procedimento que visa fazer pesquisas e investigações aprofundadas acerca de uma empresa) para uma oferta de recompra da Refinaria de Mataripe (antiga Refinaria Landulpho Alves) que vendeu ao fundo soberano de Abu Dhabi Mubadala por US$1,65 bilhão, em 2021. A informação foi divulgada na manhã desta sexta-feira pela agência de notícias Reuters.
De acordo com a publicação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem pressionado a empresa a acelerar investimentos que gerem empregos no segmento. No entanto, um acordo sobre a estrutura e o preço da possível recompra ainda não foi alcançado, disseram pessoas envolvidas no negócio.
“Essas discussões poderão atrasar as negociações, que estão em curso há vários meses, dado que a refinaria, também conhecida como Rlam, foi vendida abaixo do valor de mercado, segundo algumas avaliações”, afirma a reportagem da Reuters.
A Petrobras não respondeu imediatamente a um pedido de comentário. Os representantes da Mubadala Capital não quiseram comentar.
A discussão sobre uma possível recompra veio à tona no ano passado, quando a Mubadala Capital propôs um investimento em refino tradicional e sociedade no projeto de uma biorrefinaria, também na Bahia.
“Se me perguntasse se a Petrobras deveria ter vendido, eu responderia, peremptoriamente, que não. Agora, se me perguntar se deve comprar, só deve comprar se for altamente atrativa para a empresa e altamente estratégico para eles”, disse o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, à Reuters. Ele também contou em entrevista que está conversando com representantes da Refinaria de Mataripe.
Planejamento
A matéria da Reuters diz ainda que a Petrobras estava planejando primeiro comprar uma participação de 80% em Mataripe e fazer um investimento minoritário na unidade de biorrefino. A pessoa ouvida pela reportagem disse que não está claro se um acordo prosseguirá com essa estrutura após Lula ter substituído o CEO da Petrobras, Jean Paul Prates, em maio.
“A Petrobras também discutiu oferecer à Mubadala o mesmo preço que pagou pela refinaria em 2021, mais juros e reembolso dos investimentos do fundo soberano para atualizar a planta, segundo duas pessoas próximas às negociações”, diz o texto da Reuters.
Refinaria Rlam
Construída na década de 1950, a Rlam é a segunda maior refinaria do país, com a maior capacidade de produção de gasolina, diesel e outros derivados de petróleo no Norte e Nordeste do Brasil, segundo a operadora Acelen, controlada pela Mubadala.
O ministro Alexandre Silveira disse que o fundo quer vender a RLAM porque fez a aquisição partindo do pressuposto de que a Petrobras venderia várias outras refinarias. A participação da Mubadala no mercado de refino brasileiro ainda é ofuscada pela Petrobras.
“Essa recompra vai ter que acontecer, não faz mais sentido que um investidor privado como Mubadala possua uma refinaria no Brasil”, disse Adriano Pires, especialista da indústria petrolífera que foi cogitado como potencial CEO da Petrobras no último governo.
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