A produção agrícola total deverá ultrapassar as 60 mil toneladas, e o valor bruto deve alcançar R$ 45 milhões. Essa é a previsão para este ano dos agricultores do projeto público de irrigação Salitre, situado à margem direita do Rio São Francisco no norte baiano – uma área implantada e gerida pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) na qual o melão amarelo se destaca: a fruta é conhecida por seu sabor diferenciado, atribuído ao tipo de solo da região do Vale do rio Salitre.
A produtividade do melão amarelo contabilizada no Salitre se mantém entre as mais altas do país: são 42,7 toneladas por hectare a cada uma das cinco safras de cada ano. Outro destaque é a cebola, cultivada em dez hectares do projeto e com três safras anuais: a produtividade é de 33,72 toneladas por hectare. A banana prata tem safra todos os meses do ano, com produtividade anual de 29,15 toneladas por hectare.
“Em seis anos de funcionamento, o Salitre vem se destacando por seus resultados agrícolas. São mais de cinco mil hectares que alcançam altos níveis de produtividade, como no caso do tomate, com uma média de 30 toneladas por hectare em cada uma das três safras do ano”, assinala o superintendente regional da Codevasf em Juazeiro, Misael Aguilar da Silva Neto, que se reuniu esta semana com os produtores para tratar do processo de criação do Distrito de Irrigação Salitre (DIS) – entidade que será responsável por gerir o projeto e que terá como base a atual Associação dos Usuários do Perímetro Irrigado Salitre (Asupis).
O Salitre reúne atualmente 255 pequenos produtores, 28 médios empresários e uma empresa regional de grande porte instalados nos 5 mil hectares da primeira etapa do projeto. O perímetro gera cerca de seis mil empregos diretos e indiretos, segundo estimativas dos técnicos da Codevasf que atuam na área.
Agricultura sustentável
O Salitre foi planejado para ocupar uma área total de 67.400 hectares, sendo 33.900 hectares irrigáveis e 16,6 mil de áreas de sequeiro (destinadas a atividades não-irrigadas, como a criação de animais). A área de reserva legal é de 13,5 mil hectares e a de preservação permanente de 1,8 mil hectares. A superfície agrícola útil é estimada em 31,3 mil hectares.
O projeto foi concebido para ser um modelo de agricultura sustentável. A água é captada no rio São Francisco, distribuída através de canais e utilizada no lote agrícola por meio de sistemas de irrigação por gotejamento ou microaspersão, o que gera uma grande economia e melhor aproveitamento dos insumos agrícolas com considerável ganho ambiental.