A nona previsão para a safra baiana de cereais, leguminosas e oleaginosas (também conhecidos como grãos) em 2019 estimou, em setembro, uma produção de 8.233.928 toneladas. O total é ligeiramente menor que o previsto em agosto (-0,2%), representado uma redução de 17.512 toneladas. As informações são do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), realizado mensalmente pelo IBGE.
Com essa leve revisão para baixo, a perspectiva é que a safra de grãos no estado, em 2019, fique 11,7% menor que o recorde de 2018, que havia sido de cerca de 9,3 milhões de toneladas. Em agosto, a previsão era de uma queda de 11,5%.
A pequena redução na estimativa da safra baiana de grãos neste ano se deveu sobretudo à revisão para baixo na produtividade média do feijão, sobretudo na 2ª safra, que fez a previsão de produção recuar. Para a 1ª safra de feijão, de agosto para setembro, a estimativa de rendimento passou de 749 kg/ hectare (ha) para 705 kg/ha, reduzindo a produção em 5,9%, de 183,6 mil para 172,8 mil toneladas. Para a 2ª safra, o rendimento caiu mais, de 709 kg/ha em agosto para 535 kg/ha em setembro, levando a um recuo maior na produção (-21,0%), de 148,8 mil para 117,6 mil toneladas.
Mesmo reduzindo a previsão de produção, tanto a 1ª quanto a 2ª safra de feijão na Bahia ainda devem ficar maiores em 2019 do que 2018 (+18,1% e +357,2%).
Além do feijão, a revisão da safra de grãos para baixo também sofreu a influência da produção de arroz na Bahia, cuja estimativa foi zerada em 2019. Em agosto, a previsão era colher 1.302 toneladas no estado. O arroz teve uma drástica redução de área plantada em todo o país, principalmente no Rio Grande do Sul, cedendo terreno para a soja, que é mais rentável.
Dentre os grãos, a principal boa notícia na passagem de agosto para setembro foi o aumento na estimativa de colheita do algodão herbáceo, de 1.461.360 para 1.494.000 toneladas (mais 32.640 toneladas ou +2,2%). Confirmando-se essa estimativa, a safra baiana de algodão em 2019 deve ficar 19,7% maior que a de 2018, consolidando ainda mais a posição do estado como 2º maior produtor do país.
Para o Brasil como um todo, em setembro, a safra 2019 de cereais, leguminosas e oleaginosas foi estimada em 240,7 milhões de toneladas, um novo recorde na série iniciada em 1975, 6,3% superior à de 2018 (que havia sido de 226,5 milhões de toneladas) e discretamente acima (0,4%) da estimativa de agosto.
O grupo de cereais, leguminosas e oleaginosas (grãos) engloba os seguintes produtos: arroz, milho, aveia, centeio, cevada, sorgo, trigo, triticale, amendoim, feijão, caroço de algodão, mamona, soja e girassol.
Em setembro, a Bahia manteve sua participação de 3,4% na produção nacional de grãos em 2019, a 8ª maior contribuição. Mato Grosso tem a liderança, respondendo por 28,0% do total nacional, seguido por Paraná (15,1%) e Rio Grande do Sul (14,4%).
Cana-de-açúcar passa a ter previsão de queda
Segundo a estimativa de setembro, em 2019, 9 das 26 safras de produtos investigadas pelo LSPA na Bahia deverão ser maiores do que em 2018. Houve redução nessa previsão, uma vez que em agosto a expectativa era de crescimento em 10 das 26 safras.
De agosto para setembro, a produção de cana-de-açúcar estimada para 2019 foi revista para baixo (-10,3%), passando de 4.690.000 para 4.206.000 toneladas. Com isso, deve cair 10,1% em relação ao colhido em 2018 (4.680.000 toneladas).
A redução, em termos absolutos (menos 474 mil toneladas) deverá ser a terceira maior dentre as safras investigadas na Bahia, ficando acima apenas da soja, que se manteve com a maior previsão de redução em termos absolutos (menos 986.800 toneladas, ou -15,8%), e do milho 1ª safra (-598.140 t, ou -30,5%).
Em setembro, o algodão passou a ter a segunda maior previsão de aumento absoluto na quantidade colhida em 2019, frente a 2018: mais 245.846 toneladas (+19,7%). A produção de mandioca se manteve com a previsão de maior crescimento, em termos absolutos, neste ano: mais 329.925 toneladas ou +21,6% em relação ao colhido em 2018, chegando a uma safra de cerca de 1,9 milhão de toneladas. Já o milho 2ª safra ficou agora com o terceiro maior crescimento absoluto (mais 228,6 mil toneladas) e continua com o maior crescimento percentual, quase multiplicando a produção por seis (+482,3%) e chegando a um total de 276 mil toneladas.