A taxa de desocupação na Bahia ficou em 18,3% no primeiro trimestre deste ano, acima da verificada tanto no 4º trimestre (17,4%) quanto no 1º trimestre de 2018 (17,9%). O estado se manteve, assim, com a segunda maior taxa de desocupação do país, menor apenas que a do Amapá (20,2%) e bem acima da média nacional (12,7%).
Foi ainda a segunda maior taxa de desocupação para o estado desde o início da série histórica da PNAD Contínua (em 2012), abaixo apenas da verificada no 1º trimestre de 2017 (18,6%), segundo dados dibulgados hoje pelo IBGE.
Salvador teve taxa de desocupação de 15,8% nos três primeiros meses de 2019, um pouco acima dos 15,3% verificados no 4º trimestre de 2018 e praticamente a mesma taxa do 1º trimestre do ano passado (15,7%).
Dentre esses que estão fora da força de trabalho, os desalentados somaram 768 mil pessoas, na Bahia, no 1º trimestre de 2019
Ficou, assim, com a 6ª maior taxa entre as 27 capitais do país, ranking que é liderado por Manaus/AM (19,4%), Rio Branco/AC (19,1%) e São Luís (17,9%).
Já na a Região Metropolitana de Salvador (RMS), a taxa de desocupação do 1º trimestre ficou em 18,7%, maior que a do 4º trimestre de 2018 (17,3%), mas abaixo da verificada no 1º trimestre do ano passado (19,2%).
Mesmo assim, foi a 3ª maior desocupação entre as regiões metropolitanas do país, perdendo apenas para as da RM Macapá/AP (20,4%) e da Grande São Luís/MA (19,7%).
Pessoas procurando trabalho
Na Bahia, o avanço na taxa de desocupação no 1º trimestre de 2019, frente ao final do ano de 2018, foi resultado de uma leve redução no número de trabalhadores, por um lado, e de um aumento no número de desocupados, por outro.
No 1º trimestre de 2019, o número de pessoas trabalhando no estado (população ocupada) ficou em 5,724 milhões, o que representou menos 29 mil pessoas (-0,5%) em relação trimestre anterior, quando 5,753 milhões de pessoas estavam ocupadas. Entretanto, o contingente de trabalhadores nos primeiros três meses do ano, na Bahia, ficou acima do existente no 1º trimestre de 2018 (5,659 milhões de pessoas).
Já o número de pessoas desocupadas (que não estavam trabalhando e procuraram trabalho) aumentou nas duas comparações. Passou de 1,211 milhão no 4º trimestre de 2018 para 1,282 milhão de pessoas no 1º trimestre de 2019 (mais 71 mil desocupados, +5,9%). Em relação ao 1º trimestre de 2018, quando havia 1,237 milhão de desocupados, o aumento foi um pouco menor (mais 45 mil desocupados ou +3,7%).
Foi novamente a segunda maior taxa do país, abaixo apenas do Amapá (20,2%) e bem acima da média nacional (12,7%)
O número de pessoas que não estão trabalhando nem procuraram trabalho (ou seja, estão fora da força de trabalho) ficou em 5,003 milhões, na Bahia, no 1º trimestre de 2019. Também mostrou um discreto viés de alta tanto frente o 4º trimestre de 2018 (quando eram 4,961 milhões) quanto na comparação com o 1º trimestre do ano passado (4,948 milhões).
Dentre esses que estão fora da força de trabalho, os desalentados somaram 768 mil pessoas, na Bahia, no 1º trimestre de 2019. Embora o estado continue com a maior população de desalentados do país, houve pequenas reduções desse contingente tanto frente ao 4º trimestre (quando havia 772 mil pessoas nessa situação) quanto em relação ao 1º trimestre de 2018 (quando eram 774 mil pessoas).
A população desalentada é aquela que está fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho, ou não tinha experiência, ou era muito jovem ou idosa, ou não encontrou trabalho na localidade. Entretanto, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga.
No Brasil como um todo, os desalentados chegaram a 4,843 milhões no 1º trimestre do ano, um contingente recorde na série histórica. No 1º trimestre de 2019, tanto o município de Salvador quanto a região metropolitana da capital apresentaram movimentos semelhantes no mercado de trabalho.
O número de trabalhadores, em ambos os casos, ficou menor do que no 4º trimestre de 2018, mas cresceu frente ao 1º trimestre do ano passado; enquanto os que procuram trabalho (desocupados) aumentaram nas duas comparações.
Nos dois casos, as variações, para cima ou para baixo, também são bem pequenas, o que indica certa estabilidade no mercado de trabalho.
Número de empregados com carteira tem discreto aumento
No 1º trimestre, na Bahia, os empregados no setor privado com carteira de trabalho assinada (exceto empregados domésticos) somavam 1,464 milhão de pessoas. Houve um discreto aumento nesse contingente em relação ao 4º trimestre de 2018, quando os trabalhadores com carteira somavam 1,435 milhão de pessoas, no estado. Frente ao 1º trimestre do ano passado, porém, quando 1,466 milhão de trabalhadores tinham carteira assinada, o número praticamente não se alterou, mostrando ainda um viés de baixa.
Por outro lado, 1,072 milhão de pessoas eram empregadas no setor privado sem carteira assinada no 1º trimestre deste ano, na Bahia. Esse contingente praticamente não se alterou em relação ao 4º trimestre de 2018 (1,071 milhão de trabalhadores sem carteira) e mostrou viés de alta em relação ao 1º trimestre do ano passado (quando havia 993 mil empregados sem carteira no estado).
Já os trabalhadores por conta própria somavam 1,675 milhão no 1º trimestre deste ano, no estado, mostrando discreta redução em relação ao 4º trimestre de 2018, quando eram 1,706 milhão de pessoas, mas ainda num viés de alta frente ao 1º trimestre do ano passado (1,636 milhão, menor patamar da série histórica).
Na passagem do 4º trimestre de 2018 para o 1º trimestre de 2019, houve diminuição do número de pessoas trabalhando em quatro dos dez grupamentos de atividade investigados na Bahia. Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (-58 mil pessoas) e construção (-37 mil pessoas) tiveram os saldos mais negativos.
Por outro lado, os setores de transporte, armazenagem e correio (mais 30 mil pessoas trabalhando), informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (mais 27 mil pessoas) e a indústria de transformação (mais 19 mil pessoas) tiveram os maiores saldos positivos nessa comparação.
A atividade de transportes também liderou no aumento de trabalhadores frente ao 1º trimestre de 2018, com mais 62 mil pessoas trabalhando. Em seguida veio o grupamento de administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (mais 30 mil pessoas trabalhando frente ao 1º tri/2018).
Os maiores saldos negativos nesse confronto anual vieram dos setores de agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (-36 mil pessoas trabalhando) e outros serviços (-24 mil).