As vendas do varejo na Bahia seguiram em queda (-0,9%) em setembro em relação ao mês anterior, na série livre de influências sazonais. Foi a terceira queda consecutiva no volume de vendas do varejo baiano, que já havia sido negativo, nessa comparação, em julho (-0,9%) e agosto (-0,6%). Nesse confronto, o varejo baiano teve o terceiro pior desempenho dentre os estados, melhor apenas que Rondônia (-1,2%) e Minas Gerais (-2,0%), e ficou bem abaixo da a média nacional (0,5%). Apesar do resultado negativo frente a agosto, quando a comparação é com o mesmo mês do ano de 2016, as vendas do comércio varejista baiano seguem em alta (1,4%) em setembro, mantendo também a aceleração no ritmo de expansão desde julho (0,6% em julho, 1% em agosto). Foi o quarto aumento consecutivo das vendas nesse tipo de confronto depois de quase dois anos e meio de recuos seguidos.
Ainda assim, em relação a setembro de 2016, o varejo baiano (1,4%) segue crescendo bem menos que a média nacional (6,4%) e tem o segundo resultado positivo mais tímido, acima apenas de Sergipe (0,7%) e empatado com Minas Gerais (1,4%). Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) divulgados hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Dos 27 estados, apenas 4 tiveram quedas nas vendas do comércio em setembro17/setembro16, sendo as mais intensas em Goiás (-7,2%), Roraima (-4,5%) e Distrito Federal (-3,1%). Por outro lado, o varejo teve seus melhores resultados, nessa comparação, em Mato Grosso (18,1%), Acre (17,3%) e Rondônia (16,7%).
As vendas do varejo baiano seguem em queda no acumulado de janeiro a setembro de 2017 (-1,4%) e nos 12 meses encerrados em setembro (-3,9%). Ambos os resultados são bem piores que a média nacional (+1,3% e -0,6% respectivamente).
Embora mostrem uma trajetória de desaceleração do ritmo de perdas desde o início de 2017, os dois indicadores acumulados se mantêm negativos há bastante tempo: o volume de vendas acumulado no ano cai desde janeiro de 2015; e, nos 12 meses, os resultados são negativos desde maio de 2015. Dos 27 estados, 12 apresentam quedas nas vendas do varejo no acumulado de 2017 e 17 seguem com resultados negativos para o acumulado em 12 meses.
Automóveis e material de construção
Na Bahia, as vendas do comércio varejista ampliado – que engloba o varejo e as atividades de veículos, motos, partes e peças e de material de construção – cresceram 7,2% na comparação setembro 17/ setembro 16. O resultado foi melhor do que o de agosto (4,4%) e ficou acima do varejo restrito (1,4%), embora ainda abaixo da média nacional (9,3%).
Tanto as vendas de veículos, motocicletas, partes e peças (20,1%) quanto as de material de construção (17,5%) cresceram a dois dígitos em setembro, na Bahia. Ambos os setores seguem com aumentos consecutivos na vendas desde maio.
Os bons resultados do mês reduziram as perdas acumuladas pelo varejo ampliado tanto no ano quanto em 12 meses. No primeiro caso, o volume de vendas do varejo ampliado teve a primeira variação positiva (+0,2%) desde janeiro de 2015. No segundo caso, manteve-se a redução do ritmo de queda entre os 12 meses encerrados em agosto (-3,8%) e em setembro (-2,2%).
Vendas de móveis e eletrodomésticos
Em relação ao mesmo mês do ano passado, em setembro/17, na Bahia, 7 das 10 atividades do varejo e varejo ampliado tiveram resultados positivos. Os destaques, em termos de magnitude do crescimento, foram, mais uma vez, para os setores de móveis e eletrodomésticos (47,1%); livros, jornais, revistas e papelaria (42,4%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (21,0%).
Pelos seus pesos na estrutura do comércio baiano, as vendas de móveis e eletrodomésticos e dos outros artigos de uso pessoal e domésticos foram novamente as principais influências positivas para o desempenho do varejo baiano no mês.
O volume de vendas de móveis e eletrodomésticos cresce de forma bem intensa desde março deste ano e já tem uma expansão acumulada de 24,4% no ano de 2017.
Já as vendas dos outros artigos de uso pessoal e doméstico (14,5%) vêm aumentando em ritmo crescente desde maio e já acumulam expansão de 6,3% no ano. Essa atividade reflete as compras em lojas de departamento e parte expressiva do varejo eletrônico (grandes sites de vendas).
Por outro lado, os resultados do varejo na Bahia em setembro sofreram as influências negativas das vendas de três atividades: hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-13,6%), combustíveis e lubrificantes (-8,2%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-5,2%).
O setor de hiper e supermercados, que tem a maior importância na estrutura do comércio na Bahia, continua exercendo a maior pressão de baixa no varejo no estado, impedindo que as vendas tenham um resultado ainda melhor frente ao ano passado.
Ao contrário do que ocorre para o país em geral, onde os resultados seguem positivos desde junho deste ano, as vendas dos hiper e supermercados na Bahia apresentam quedas consecutivas desde maio de 2015, sem mostrar ainda redução importante do ritmo de recuo. Em 2017, já acumulam perdas de 13,1%.