O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medida oficial da inflação, calculado pelo IBGE, ficou em 0,05%, em setembro, na Região Metropolitana de Salvador (RMS). Ele desacelerou pela segunda vez consecutiva, ou seja aumentou menos do que no mês anterior (agosto), quando tinha sido de 0,17%, mas ficou acima do verificado em setembro de 2022 (quando havia sido de -0,32%).
A inflação de setembro na RMS (0,05%) também ficou abaixo da registrada no Brasil como um todo (0,26%) e foi, mais uma vez, a 2ª menor entre os 16 locais investigados separadamente pelo IBGE – acima apenas do índice de Goiânia/GO, único local com deflação (queda média dos preços) no mês (-0,11%).
Em setembro, 15 locais registraram aumentos no IPCA, liderados pelos municípios de São Luís/MA (0,50%), Rio Branco/AC (0,46%) e Campo Grande/MS (0,46%).
Com o resultado do mês, a inflação acumulada no ano de 2023, na RM Salvador, está em 3,49%, passando a ficar ligeiramente abaixo da nacional (3,50%) e a 10ª entre os 16 locais pesquisados (era a 7a em agosto). Nos 12 meses encerrados em setembro, o IPCA acumula alta de 4,79% na RMS e é apenas o 12o mais alto do país (era o 11º em agosto), mantendo-se menor do que no Brasil como um todo (5,19%).
Transportes e habitação
A inflação registrada em setembro na Região Metropolitana de Salvador (0,05%) foi resultado de aumentos dos preços em 7 dos 9 grupos de produtos e serviços que compõem o IPCA.
O aumento mais elevado no mês e a maior pressão inflacionária vieram dos transportes (0,86%), puxados pelos combustíveis veiculares (1,13%).
O diesel (11,32%) teve o maior aumento médio de preços dentre os 236 produtos e serviços pesquisados na RMS para formar o índice de inflação e exerceu a principal influência para cima no grupo. Foi seguido de perto, em termos de impacto, pela gasolina (0,78%), que, apesar de haver registrado um aumento bem menos intenso, tem muito peso nas despesas das famílias e, por isso, na formação do IPCA.
Além dos combustíveis, as passagens aéreas (6,77%) também apresentaram aumento significativo, o 2o mais elevado entre todos os 236 itens pesquisados, e foram uma pressão inflacionária importante em setembro, na RMS.
O grupo habitação (0,61%) teve o terceiro maior aumento médio de preços no mês, mas exerceu o segundo principal impacto no IPCA, puxado pela alta dos condomínios (2,30%), despesa que, individualmente, mais pressionou a inflação da RMS para cima.
O aumento do gás de botijão (1,16%) também foi importante para elevar o custo de vida, na região, em setembro.
Por outro lado, com a quarta deflação mensal consecutiva, o grupo alimentação e bebidas (-1,16%) foi, mais uma vez, o que mais contribuiu para segurar a alta da inflação de setembro, na RMS: 9 dos 10 produtos que mais baixaram de preço no mês foram alimentos comprados para consumo em casa.
As principais influências vieram, novamente, das carnes em geral (-3,45%), que seguiram em baixa, com destaque para a costela (-4,52%). A batata-inglesa (-17,83%) foi o produto com deflação mais intensa em setembro e o que mais contribuiu, individualmente, para segurar o IPCA na RM Salvador. Foi seguida pela cebola, com a segunda queda mais intensa de preços (-12,96%) e o segundo principal impacto de baixa na inflação.
Além delas, o tomate (-9,31%) e o ovo de galinha (-6,14%) foram alguns dos alimentos que apresentaram recuos significativos de preços em setembro.