Quem precisa resolver algum problema no banco já há um tempo deve ter se deparado com uma dificuldade cada vez maior em encontrar atendimento presencial. Desde 2019 o número de agências bancárias é cada vez menor na Bahia. Nos últimos cinco anos foram mais de 200 agências fechadas no estado, segundo dados do Sindicato dos Bancários do Estado da Bahia.
Segundo o levantamento feito pelo sindicato, no acumulado dos últimos anos, 2021 foi o que teve a maior quantidade de agências fechadas no estado, com 61 fechamentos. Em 2022, o número caiu para 16, o menor em todo período. Ao todo, entre 2019 e 2023, foram 204 agências fechadas e uma perda de 780 postos de trabalho.
Ainda de acordo com o Sindicato dos Bancários, a redução nos postos de trabalho é mais intensa nos bancos privados e atinge não só bancários, mas também outros profissionais presentes nas agências como seguranças, vigilantes, funcionários de limpeza e copa.
“Os bancos continuam lucrando bilhões e é lamentável que as empresas mais lucrativas da economia brasileira desliguem funcionários para turbinar seus resultados”, diz Augusto Vasconcelos, presidente da entidade.
Entre as ações da representação sindical estão protestos, e uma rodada de negociações com banqueiros para tratar da pauta. “Não tem sido fácil esse enfrentamento, mais diversos desligamentos já foram revertidos judicial ou administrativamente por conta de ações do sindicato”, defende Vasconcelos.
Febraban
Procurada pelo BA DE VALOR, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) afirmou que a mudança é um reflexo da adequação dos bancos a uma nova realidade de consumo por parte dos próprios usuários, que passaram a usar canais virtuais para resolver questões que antes pediam uma visita à agência.
“Os bancos estão adequando suas estruturas à nova realidade do mercado, em que a utilização dos canais digitais de atendimento vem ganhando espaço refletindo, em especial, o novo perfil do consumidor, que busca, e encontra, conveniência, comodidade, segurança e rapidez nos meios eletrônicos dos bancos. Quase 8 em cada 10 transações bancárias realizadas no Brasil são feitas em canais digitais, como o mobile banking e internet banking Sozinho, o celular é responsável por 66% de todas as operações feitas no País”, diz a nota enviada pela entidade.
Apesar da mudança, a Febraban afirma que o fechamento das agências não têm representado impacto significativo no número de postos de trabalho. “Ao longo dos anos, o nível de emprego tem se mantido estável. O avanço dos serviços digitais tem levado as instituições financeiras a contratar um grande volume de profissionais, especialmente em áreas como TI e segurança contra fraudes digitais, por exemplo”, aponta a nota.
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