O Brasil tinha em 2014 um total de 334,8 mil empresas nos setores de indústria extrativa e de transformação, que empregavam 8,8 milhões de pessoas e tinham receita líquida de vendas de R$ 2,8 trilhões, uma média de R$ 8,4 milhões por empresa. Os dados são da Pesquisa Industrial Anual (PIA) divulgada hoje (24) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e indicam que, em 2014, foram investidos R$ 216,3 bilhões no setor, com os gastos de pessoal atingindo R$ 416 bilhões.
A pesquisa mostra, porém, que entre 2013 e 2014, o percentual relativo à participação dessas empresas no setor industrial brasileiro, embora ainda maior, encolheu ligeiramente, passando de 68,5% para 67,7% – uma retração de 0,08 ponto percentual. O levantamento indica que o resultado total das receitas líquidas das empresas industriais atingiu R$ 2,8 trilhões, liderado por estas empresas com 500 ou mais pessoas ocupadas.
Os dados indicam que a soma de vendas de produtos e serviços industriais (o valor bruto da produção) totalizou R$ 2,7 trilhões, enquanto a soma do custo das operações industriais (o consumo intermediário) foi de 1,9 trilhão, o que levou ao valor adicionado de R$ 783,1 bilhões.
Em 2014, três setores lideraram o ranking de participação no valor da transformação industrial, tendo à frente a fabricação de produtos alimentícios, com 15,3% do total; seguido da fabricação de coque (combustível), produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis (9,4%) e de fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias (7,3%).
Matérias-primas – A Pesquisa Industrial Anual constatou que o consumo de matérias-primas respondeu por 40,5% do total dos custos e despesas das indústrias de extrativa e de transformação em 2014, atingindo aproximadamente R$ 3 trilhões. Os gastos, no entanto, mesmo mantendo o maior percentual na estrutura dos custos e despesas, caíram 1,1 ponto percentual em relação aos 41,6% dos custos e despesas registrados em 2013.
Já os gastos com pessoal fecharam o ano em 13,9%, resultado praticamente estável em relação a 2013, que foram de 14%. Já o custo das mercadorias revendidas apresentou participação inferior, se comparada ao ano anterior: 6,7%, em 2014, em contraponto a 7,2%, em 2013.
Os números divulgados pelo IBGE, que traça uma radiografia completa das indústrias extrativa e de transformação, indicam que o consumo de combustíveis e a compra de energia elétrica totalizaram R$ 69,2 bilhões (2,3% do total), em 2014, enquanto os pagamentos de serviços prestados por terceiros e consumos diversos para manutenção e reparação de máquinas e equipamentos atingiram R$ 95,5 bilhões, o equivalente a 3,2% do total. As categorias mantiveram o mesmo percentual de 2013.
Em 2014, as empresas com 500 ou mais pessoas ocupadas prosseguiram com a maior participação no total dos custos e despesas da indústria, apresentando R$ 2,1 trilhões dos custos e despesas, correspondentes a 70,2% do total, mantendo estabilidade em relação ao observado no ano de 2013 (70,5%).
Investimentos – Do total dos R$ 216,2 bilhões dos investimentos realizados nas empresas industriais em 2014, R$ 209,8 bilhões foram realizados pelas empresas com 30 ou mais pessoas ocupadas e R$ 6,5 bilhões (3,0%) pelas empresas com até 29 pessoas. Nas empresas com 30 ou mais pessoas ocupadas, o destaque, assim como em 2013, ficou por conta de máquinas e equipamentos industriais, que totalizou R$ 91,6 bilhões em investimentos.
Já os investimentos com as aquisições de terrenos e edificações fecharam 2014 com redução em relação a 2013, ao cair de 13,6% para 15,7%, entre um período e outro.
Produtos alimentícios – Os produtos alimentícios continuaram como a atividade com maior participação no valor total das indústrias de extrativa e transformação do país, que em 2014 fecharam em R$ 1,1 trilhão. Deste total, a fabricação de produtos alimentícios respondeu por 15,3%; a fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis (9,4%); fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias (7,3%); fabricação de produtos químicos (6,9%); extração de petróleo e gás natural (5,9%); extração de minerais metálicos (5,6%); e metalurgia (4,8%).
Já a fabricação de máquinas e equipamentos respondeu por 4,8% do valor total dos dois setores da indústria; a fabricação de produtos de minerais não-metálicos (3,7%); e a fabricação de produtos de borracha e de material plástico (3,7%).