A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso do medicamento Mounjaro (tirzepatida) para o tratamento da obesidade no Brasil. Até então indicado apenas para pacientes com diabetes tipo 2, o remédio passa a ser uma nova alternativa para pessoas com obesidade e comorbidades associadas, como hipertensão ou colesterol alto.
A decisão foi publicada no Diário Oficial da União desta segunda-feira (09), e representa um avanço no combate a uma das maiores questões de saúde pública do país. De acordo com o Atlas Mundial da Obesidade, aproximadamente 70% dos adultos brasileiros apresentam excesso de peso, sendo cerca de 30% classificados como obesos.
A tirzepatida é administrada por meio de injeções semanais e atua em dois receptores hormonais que regulam o apetite e o metabolismo da glicose, promovendo sensação de saciedade, controle glicêmico e perda de peso significativa.
O medicamento será comercializado em canetas aplicadoras, com dosagens de 2,5 mg e 5 mg. O custo do tratamento, no entanto, pode ser um fator limitante. A caixa com quatro canetas de 2,5 mg, por exemplo, custa entre R$ 1.406,75 (pelo programa da fabricante) e R$ 1.907,29 (fora do programa). Já a dosagem de 5 mg varia de R$ 1.759,64 a R$ 2.384,34.
A nova indicação contempla pacientes com índice de massa corporal (IMC) igual ou superior a 30 kg/m², ou entre 27 e 30 kg/m² desde que apresentem condições de saúde associadas ao sobrepeso. A expectativa é de que a aprovação amplie as opções terapêuticas disponíveis para esse público, embora o acesso ainda esteja restrito em função do alto custo.
Com a decisão, o Mounjaro passa a concorrer diretamente com medicamentos como o Ozempic (semaglutida), que também ganhou notoriedade por seu uso off-label para controle de peso. A Anvisa reforça que a prescrição deve ser feita por profissionais habilitados, com acompanhamento médico contínuo.