Em 2023, Salvador registrou 1029 afogamentos nas praias soteropolitanas. Segundo o Salvamar, que realiza atividades de buscas e cuidados com banhistas, houve um aumento de 2% em relação ao ano anterior, quando 1.008 casos foram registrados. Dados como esse preocupam Anya Franco, a profissional de Educação Física e diretora do Centro Aquático Água e Vida, que promove este final de semana o Congresso Baiano de profissionais aquáticos.
“A maior causa de morte em crianças ainda é por afogamento. É importante lembrar que, mesmo as que sabem nadar, como também os adolescentes, precisam de supervisão para estarem em ambientes aquáticos com segurança”, alerta a especialista e empresária do Centro Aquático Água e Vida.
Durante todo o dia de sábado e domingo, profissionais de Educação Física e fisioterapeutas que atuam com atividades aquáticas participam do evento que tem como objetivo melhorar a performance das aulas ofertadas, a gestão das academias dedicadas a esportes desenvolvidos na água e também debater a importância da atividade para promoção da saúde e preservação de vidas.
“Aprimorar as habilidades desses profissionais garante mais segurança para alunos de academias e banhistas. Como em todas as áreas, todo investimento em capacitação e qualificação é bem-vindo e é revertido em um atendimento de mais qualidade e segurança para públicos de diversas faixas etárias”, declara a anfitriã do congresso, que possui 26 anos de experiência na área.
Especialistas de diversos estados do Brasil se reúnem no Centro Aquático Água e Vida, localizado na Estrada das Pedrinhas, no Imbuí. A programação do evento tem conteúdos teóricos e práticos, como criatividade na natação infantil e psicomotricidade, rendimento metabólico na natação, metodologia, exercícios coordenativos e corretivos, lesões de joelho, coluna e ombro e workshop de nados crawl e costas.
De Belo Horizonte, Matheus Mendes compartilhará dicas para professores de natação que querem crescer nas academias. O profissional de Educação FísicaTiago Ferreira, conhecido como Peixe, trará um Guia Metodológico de aulas para crianças de 8 a 12 anos. Já Manu Marques abordará a tecnologia aplicada ao Personal Aquático. “Atividades aquáticas para pessoas neuroatípicas estão em crescente demanda também e serão também debatidas no congresso”, acrescenta Franco, destacando a participação de André Trindade com conteúdos que prometem desmistificar as deficiências e outra palestra sobre Natação Terapêutica para Síndrome de Down.
Superação
Com mais de mil alunos no currículo, a profissional de Educação Física Anya Franco já passou por momentos turbulentos em sua carreira enquanto administradora e dona de uma academia de natação. Pouco antes da pandemia, em 2019, a empresária tinha feito um grande investimento em uma nova unidade e foi surpreendida pelo isolamento social imposto pela Covid. “Foi um baque e até hoje estou retomando o fôlego”, conta a profissional que tem grande experiência na área acadêmica onde já foi professora e coordenadora do Curso de Educação Física em faculdades particulares.
As dificuldades vividas na pele impulsionaram este movimento de compartilhar conhecimento e qualificação constante nas áreas de gestão, marketing e – claro – também o intercâmbio de aprimoramento técnico. O sufoco se tornou águas passadas, mas deixou o legado do fortalecimento coletivo através do conhecimento compartilhado. “Ano que vem, pretendo realizar um congresso focado em hidroginástica”, promete. Mais informações e inscrição no site.
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