O abandono do antigo Centro de Convenções da Bahia (CCB), no bairro do Stiep, em Salvador, é o retrato de uma gestão que falha em reconhecer o valor dos seus próprios ativos. O desabamento, que completou oito anos em setembro, deixou um terreno abandonado e uma imagem ainda pior para o bairro.
Enquanto a área, avaliada em R$300 milhões em 2021, permanece em ruínas, a cidade perde mais do que um equipamento: perde oportunidades de crescimento, turismo e de um bairro que poderia atrair novos empreendimentos.
A omissão do governo vai além do descaso físico. Nos últimos anos, essa área tem sido um convite aberto à invasão e criminalidade, afetando a vida de quem mora no entorno.
O medo tomou conta da rotina e os moradores assistem, impotentes, à queda no valor de seus imóveis, enquanto a estrutura precária avança para o esquecimento.
A ironia maior é que o vizinho, o novo Centro de Convenções de Salvador, construído pela Prefeitura, não para de crescer.
É um contraste gritante entre a ação e a inércia, entre o aproveitamento do potencial da cidade e o desperdício monumental de uma área que poderia ser melhor aproveitada.
Recentemente, o Tribunal Regional do Trabalho cancelou o arresto do imóvel, liberando o Estado de sua responsabilidade de usar o espaço como garantia para o pagamento de dívidas trabalhistas.
A pergunta que fica é: o que o governo vai fazer agora? Quantos mais anos esse patrimônio continuará abandonado, sendo apenas um fardo para a cidade? Quando a estrutura será demolida?
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