O São João da Bahia, além de reafirmar sua força como manifestação cultural, alcançou um novo patamar como motor econômico do estado e do Nordeste. Em 2025, as festas juninas realizadas no estado devem gerar uma movimentação financeira estimada em R$ 3 bilhões, o que corresponde a mais de 40% do total movimentado em toda a região. Esse desempenho consolida o São João baiano como o maior em impacto econômico do Nordeste, superando outras festas tradicionais no país.
Salvador, que nos últimos anos transformou o São João em um dos principais eventos turísticos da capital, lidera o volume financeiro: a festa na capital baiana alcançou a marca de R$ 2,2 bilhões em movimentação, segundo a IMM globo e Offerwiser, ultrapassando os tradicionais polos de Caruaru (PE) e Campina Grande (PB). O sucesso da cidade está ligado à infraestrutura robusta de turismo e eventos, que inclui rede hoteleira ampla, aeroporto internacional, grandes palcos para shows e serviços para visitantes.
Essa movimentação envolve muito mais do que grandes atrações musicais. A economia do forró, fomenta centenas de atividades, como contratação de artistas e equipes técnicas, serviços de montagem de palcos, decoração, segurança, limpeza, além da arrecadação de impostos. O impacto positivo atinge diretamente restaurantes, hotéis, o mercado imobiliário — com o aluguel de imóveis para temporada —, a produção de alimentos típicos, fogos de artifício e o comércio informal.
O governo destacou ações de promoção do evento para operadores turísticos e agentes de viagem dos principais mercados emissores de visitantes nacionais para a Bahia, como São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Brasília. Também foram anunciadas as ações prioritárias, que envolvem reforço na segurança, transporte, plantões na área da saúde e dos direitos humanos, além de uma ampla programação cultural e gratuita no interior.
Municípios do interior, como Amargosa, Senhor do Bonfim e Cruz das Almas, e Jequié também têm papel importante na geração de riqueza durante o período junino. Embora realizem festas por apenas cinco ou seis dias, essas cidades conseguem um retorno econômico expressivo, reforçando o potencial do São João como produto turístico e econômico de primeira linha.
O São João tem potencial para se projetar nacionalmente, atraindo turistas de todo o país e ampliando ainda mais o impacto econômico. Para isso, prefeitos e gestores públicos são desafiados a investir em experiências autênticas, infraestrutura e marketing, e não apenas na contratação de grandes artistas. A meta: transformar o São João da Bahia em um evento capaz de gerar riqueza em escala ainda maior, movimentando cadeias produtivas e impulsionando o desenvolvimento regional.