Cerca de 1,4 mil trabalhadores e trabalhadoras Sem Terra ocuparam na madrugada dessa segunda-feira a fábrica da Suzano Papel e Celulose, no município de Mucurí, no Extremo Sul da Bahia. Em nota, o MST diz que a invasão é um protesto ao modelo de produção do agronegócio “por não contribuir com o desenvolvimento social, cultural e ambiental da região”.
O comunicado do MST afirma ainda que as “poucas áreas cultivadas pelas famílias camponesas têm suas produções afetadas por causa da utilização indiscriminada de agrotóxicos, que estão contaminando os solos, as águas e o ar. Além disso, a monocultura do eucalipto está provocando o êxodo rural de milhares de famílias camponesas e povos originários”.
A fábrica da Suzano na Bahia, inaugurada em 1992, possui duas linhas de produção de celulose e, apesar de a fábrica estar instalada no município de Mucuri, a empresa tem operações florestais também nos municípios de Caravelas, Medeiros Neto, Nova Viçosa, Alcobaça, Ibirapuã, Lajedão e Teixeira de Freitas, além de outros municípios nos Estados de Minas Gerais e Espírito Santo. As operações industriais e florestais geram aproximadamente 5.800 empregos diretos.
O grupo anunciou recentemente investimentos de R$ 700 milhões na expansão da unidade. O projeto inclui a ampliação e modernização de setores já existentes e a implantação de uma nova linha de produção para papel tissue (para fins sanitários). O projeto também é criticado pelo MST. “A atual proposta de ampliação da fábrica busca triplicar sua produção e utilizar eucalipto transgênico, que aumentará de maneira significativa os problemas sócio-ambientais, que já vem causando a décadas na região”, afirma o movimento.