As vendas do varejo na Bahia cresceram 10,4%, em abril, em relação ao mês anterior, na série livre de influências sazonais. O avanço ocorreu após uma queda de 8,6%, na passagem de fevereiro para março, e foi o melhor desempenho, para um mês de abril, nesse confronto, em 21 anos, desde o início da série histórica da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) do IBGE, em 2000.
O resultado do comércio varejista baiano entre março e abril (10,4%) foi o quarto melhor do país. Ficou bem acima do desempenho nacional (1,8%) e acompanhou o movimento de alta verificado em 22 das 27 unidades da Federação. Apenas Distrito Federal (19,6%), Rio Grande do Sul (14,9%) e Amapá (10,8%) tiveram resultados melhores que a Bahia; enquanto Mato Grosso (-1,4%), Alagoas (-1,1%) e Sergipe (-0,8%) tiveram os recuos mais acentuados.
O resultado das vendas do varejo na Bahia também foi bastante positivo na comparação de abril/21 com abril/20, mostrando avanço de 36,6%. Foi o maior crescimento, nessa comparação, em toda a série histórica da Pesquisa Mensal de Comércio, iniciada em 2001 para esse indicador interanual. Entretanto, o avanço recorde ocorreu também após a queda histórica verificada em abril do ano ano passado (-26,5% frente a abril de 2019, a maior desde o início da pesquisa).
Foi ainda o primeiro resultado positivo para o varejo baiano, na comparação com o mesmo mês do ano anterior, desde outubro de 2020, após uma série de cinco recuos consecutivos, e melhor que o do Brasil como um todo (23,8%).
Frente a abril de 2020, todas as 27 unidades da Federação tiveram aumentos nas vendas. Os melhores resultados foram registrados no Amapá (86,0%), em Rondônia (75,0%) e no Amazonas (53,4%). Tocantins (0,7%), Mato Grosso (12,0%) e Santa Catarina (15,3%) tiveram os menores avanços. A Bahia teve a oitava maior taxa de crescimento.
Com o desempenho de abril, o varejo baiano passou a apresentar alta das vendas no acumulado de do ano (5,0%), frente ao mesmo período do ano anterior, o que não ocorria desde fevereiro de 2020, portanto antes da pandemia. O resultado no estado está um pouco melhor que o nacional (4,5%). Já no acumulado nos 12 meses encerrados em abril (frente aos 12 meses anteriores), o comércio varejista da Bahia ainda mantém uma variação negativa das vendas (-0,3%).
O Brasil como um todo mostra avanço de 3,6% nas vendas do varejo, nos 12 meses encerrados em abril. Pará (14,1%), Piauí (13,9%) e Maranhão (12,3%) lideram entre os resultados positivos, nessa comparação. Distrito Federal (-5,4%), Tocantins (-3,7%) e Ceará (-1,3%) estão no outro extremo.
Atividades
Em abril, na Bahia, 7 das 8 atividades do varejo restrito (que exclui as vendas de automóveis e material de construção) tiveram aumentos nas vendas, frente ao mesmo mês de 2020. A taxa mais positiva veio do segmento de tecidos, vestuário e calçados (201,2%), que mostrou o maior avanço em 20 anos, desde 2001, quando se iniciou a série do indicador interanual da PMC. Isso depois de ter recuado 74,5% em abril/20 frente a abril/19.
A atividade ainda é, porém, uma das mais impactadas pela pandemia, acumulando quedas de 7,1% no ano de 2021 e de 24,4% nos 12 meses encerrados em abril (neste último caso, o segundo pior resultado dentre os segmentos).
Com a quarta maior alta, as vendas de móveis e eletrodomésticos (138,0%) tiveram a segunda principal contribuição para o bom resultado geral do varejo baiano em abril. A atividade apresentou seu quarto resultado positivo consecutivo
Em seguida veio o segmento de outros artigos de uso pessoal (191,2%), que teve o segundo maior crescimento dentre as atividades e também o segundo avanço seguido das vendas, na comparação com o mesmo mês de 2020. Esse grupo concentra as vendas dos grandes varejistas on-line.
O único resultado negativo do varejo baiano em abril21/abril20 veio dos hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-8,9%). Segmento de maior peso na estrutura do comércio na Bahia, ele mostrou o sexto resultado negativo consecutivo (recua desde novembro de 2020) e já acumula perda de -9,2% no ano (segundo pior resultado nesse confronto, entre as atividades).
Vendas do varejo ampliado
Em abril, o volume de vendas do comércio varejista ampliado baiano teve o segundo maior crescimento do país (17,7%) frente ao mês anterior, na série livre de influências sazonais, após ter recuado na passagem de fevereiro para março (-15,3%).
O resultado do estado só ficou abaixo do registrado no Ceará (18,7%) e foi bem superior ao nacional (3,8%).
Frente ao mesmo mês do ano anterior, as vendas do varejo ampliado na Bahia também cresceram (51,9%). Foi um resultado melhor que o do Brasil como um todo (41,0%) e o segundo aumento consecutivo para o estado.
Foi ainda o maior avanço da série histórica da PMC, iniciada em 2015 para esse indicador interanual. Entretanto, o crescimento se deu em cima de uma queda também histórica (-34,1%), que havia sido registrada em abril de 2020, frente ao mesmo mês de 2019.
Nessa comparação, todas as 27 unidades da Federação apresentaram desempenhos positivos, e o resultado da Bahia foi o 10o melhor.
O varejo ampliado engloba, além do varejo restrito, as vendas de veículos, motos, partes e peças e de material de construção, para as quais não se consegue separar claramente o que é varejo do que é atacado.
No confronto com abril de 2020, as vendas de veículos na Bahia apresentaram o terceiro crescimento consecutivo, com importante ganho de ritmo (142,5%). Foi o maior crescimento da série histórica, iniciada em 2001 para esse indicador, em cima da maior queda da série histórica (-57,9% em abril20/abril19).
As vendas de material de construção também se mantiveram em alta (21,9%), mostrando o segundo resultado positivo consecutivo, mas ainda inferior à queda que havia sido verificada em abril20/abril19 (-24,0%).
No acumulado no ano de 2021, as vendas do varejo ampliado na Bahia passaram a apresentar avanço (9,2%) pela primeira vez desde janeiro de 2020, num resultado idêntico ao nacional (9,2%).
Nos 12 meses encerrados em abril, porém, o varejo ampliado da Bahia ainda se mantém com recuo nas vendas (-1,7%). É o segundo pior resultado dentre os estados, acima apenas do Distrito Federal (-2,6%), e abaixo do nacional (3,5%).