De acordo com o Indicador de Inadimplência das Empresas da Serasa Experian, em junho deste ano, a inadimplência atingiu 30,2% do total de empresas existentes na Bahia, totalizando 322.060 companhias com o CNPJ no vermelho. Deste total, 307.072 são micro e pequenas empresas. No Nordeste, Alagoas lidera o calote de empresas com 44,5% de empreendimentos inadimplentes, equivalente a 86.249 negócios.
Na visão nacional, os dados mostraram que, em junho, 6,9 milhões de negócios estavam com contas negativadas, correspondendo a 31,2% do total de companhias existentes no Brasil. O levantamento também registrou o volume de mais de 50 milhões de dívidas no mês, que equivalem a soma de R$ 146,2 bilhões. Em média, cada CNPJ negativado possuía 7 contas atrasadas.
“A alta na inadimplência, que atingiu 6,9 milhões de CNPJs desde maio, pode ser atribuída à interrupção na queda das taxas de juros, que anteriormente estavam estáveis. Isso afeta principalmente as dívidas de longo prazo. Empresas com esse tipo de endividamento enfrentam riscos maiores e o aumento das taxas de juros pode resultar em pagamentos mais altos, complicando a gestão financeira. A incapacidade de refinanciar ou renegociar essas dívidas pode levar à insolvência. Além disso, a valorização do dólar adiciona uma pressão extra, pois os importadores de insumos ou produtos finais são diretamente impactados. O fortalecimento do dólar encarece essas importações, reduzindo as margens de lucro e prejudicando a liquidez necessária para cumprir com as obrigações financeiras”, explica o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi.
Ainda de acordo com o indicador, a maioria das contas foram contraídas pelos empreendedores do setor de Serviços (55,8%) seguido por “Comércio” (35,7%). Em relação ao setor das dívidas, a categoria de “Serviços também representou a maior parte delas (28,6%) seguida por “Outros” (28,4%), que engloba contas associadas a Indústrias, Terceiro Setor e Primário.
MPEs
Em junho, do total dos 6,9 milhões de negócios com o CNPJ no vermelho, 6,5 milhões eram “Micro e Pequenas” Empresas (MPEs), cujas dívidas acumuladas ultrapassaram o valor de R$ 125,7 bilhões, refletindo uma média de sete contas em atraso por companhia.
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