O consumo de gás natural no País no segmento industrial apresentou em fevereiro um aumento de 2,7% na comparação com o resultado de janeiro. Frente a fevereiro de 2015, os números apontam uma retração de 14,3%, o que equivale a uma redução de 3,1 milhões de metros cúbicos diários no volume médio consumido pelo segmento, conforme levantamento estatístico mensal da Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás), apurado com concessionárias em 20 unidades da federação.
Somados todos os segmentos, o consumo total caiu 1,3% na comparação o mês anterior. Em fevereiro de 2016 foram consumidos 67,13 milhões de metros cúbicos/dia ante 68 milhões de metros cúbicos/dia em janeiro deste ano. A queda é de 18% frente a fevereiro de 2015 (78,23 milhões de metros cúbicos/dia).
O resultado é reflexo da redução da demanda por energia elétrica e do consequente desligamento das térmicas a gás – esse consumo caiu 9,4% em fevereiro ante janeiro e 30,1% na comparação com fevereiro do ano passado.
“A retração no consumo total – principalmente na comparação com os dados de 2015 – é um dos indicadores da redução da atividade industrial e da desaceleração econômica no País. Mas esse cenário em algum momento vai mudar e o gás natural é um insumo estratégico para a retomada da economia por ser uma fonte de energia cada vez mais competitiva, versátil e limpa”, afirma o presidente executivo da Abegás, Augusto Salomon.
“Por isso, o Brasil precisa estabelecer políticas que fortaleçam o mercado de gás natural, ampliando a oferta desse energético cada vez mais competitivo, estimulando novos investimentos e criando, assim, um ciclo positivo”, completa Salomon.
Crescimento em quatro segmentos – Os dados do mês de fevereiro apontam um crescimento do consumo de gás natural no País em quatro segmentos: automotivo, residencial, comercial e cogeração.
No automotivo, o uso de Gás Natural Veicular (GNV) cresceu em todas as regiões brasileiras em fevereiro, subindo 5% em relação a janeiro.
“O Brasil precisa incentivar mais o GNV. Além de mais econômico, é um combustível confiável, principalmente com a disseminação no Brasil da tecnologia dos kits GNV de quinta geração, largamente adotados nos Estados Unidos e na Europa”, diz presidente executivo da Abegás.
No residencial, o consumo cresceu 28,6% em fevereiro ante janeiro e 30,2% em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo Abegás
Já o segmento de cogeração teve alta 8,9% na comparação com janeiro deste ano e de 7,9% frente a fevereiro de 2015. “Os resultados da cogeração apontam que muitos empreendimentos vêm percebendo no uso de gás natural uma excelente alternativa para ganhar em eficiência energética”, explica Salomon.
Os segmentos residencial e comercial registraram os percentuais de crescimento mais expressivos. No residencial, o consumo cresceu 28,6% em fevereiro ante janeiro e 30,2% em relação ao mesmo período do ano anterior. Já o comercial registrou alta de 16,3% frente a janeiro e 10% na comparação com o mesmo período de 2015.
Na análise da Abegás, esse bom resultado é fruto do investimento constante das concessionárias em expansão das redes de distribuição e na captação de novos clientes.
Consumo nas regiões em fevereiro de 2016 (ante janeiro/2016)
Na região Sudeste, o consumo de gás natural nos segmentos residencial, comercial e automotivo (GNV) apresentaram crescimento de 30%, 20,7% e 5,7%, respectivamente.
Na região Sul, destaque para os segmentos residencial e industrial com crescimento de 20,8% e 6%, respectivamente.
No Nordeste, o consumo do segmento industrial teve alta de 5,4%.
Na região Norte, o segmento automotivo (GNV) cresceu 3,2%%.
No Centro-Oeste, os segmentos industrial e automotivo (GNV) registraram crescimento de 28,8% e 16,8%, respectivamente.