Já imaginou um presente de aniversário virar um negócio que ultrapassa os R$10 milhões em valor? Foi exatamente isso que aconteceu com a analista de sistemas Ana Rita Oliveira, CEO da startup baiana MyCond. A empresa, especializada em oferecer soluções para condomínios através de um aplicativo, nasceu em 2016. Ana havia acabado de se mudar para um condomínio grande em Salvador e deu o aplicativo de presente de aniversário ao marido, que tinha se tornado síndico do local. O que devia ser um facilitador apenas para a vida da família virou objeto de desejo de outros condomínios e se transformou em negócio para Ana.
“Mudei a logo, criei um nome e publiquei o aplicativo e foi daí que a gente começou a vender. A coisa foi tomando uma proporção tão grande que fechei minhas outras empresas e fiquei só com a MyCond. Desde 2016 vivo só de aplicativo para condominio”, detalha a analista por trás da empresa, que já saiu da Bahia para alcançar mais de 20 estados brasileiros e países como Portugal, Panamá e Venezuela.
“A MyCond existe para que as pessoas tenham o mínimo de problemas e eliminem falhas de comunicação dentro de um condomínio. Para que consigam com facilidade acionar todos os serviços disponíveis em uma habitação e, além disso, para liberar síndicos e administradores de processos desgastados e ineficientes”, acrescenta a empresária.
Se hoje a empresa já conta com uma base de clientes com 2.000 condomínios, e mais de 300 mil usuários, logo em seu início precisou lidar com um desafio assustador: a pandemia.
“Assim que estourou a pandemia, a gente teve uma dificuldade muito grande porque os prédios fecharam todas as áreas de lazer, não tinha reserva, não tinha visitação, então o aplicativo perdeu o maior sentido dele. Foi aí que nós desenvolvemos outros módulos. Começamos a perceber que os moradores estavam comprando muito pela internet, então criamos o módulo de encomendas, os condomínios queriam reduzir custos e a gente criou o sistema financeiro”, relembra Ana .
Com as modificações impostas pela pandemia também veio outra forma de crescimento: vender o serviço para que outros condomínios e administradoras tivessem aplicativos com a sua própria marca.
Desafios
É justamente a necessidade de estar sempre atento e se reinventar que Ana enxerga como um dos principais desafios de quem se propõe a comandar uma startup. “A demanda foi puxando a gente para fazer outros módulos outros outras sair do que a gente conhecia né, que era um aplicativo de condomínio de reserva de visitante começou a fazer financeiro controle de acesso…Passamos de um aplicativo gestor de condomínio para um hub de serviços e soluções digitais para o setor”, comemora.
Desde a sua criação a empresa já recebeu duas rodadas de investimento e viu seu valor de mercado chegar à casa dos milhões. No ano passado, a startup entra em nova rodada de investimento, desta vez junto à empresa Lighthouse Investimentos.
Para 2024, um novo investimento é esperado, e Ana já tem clareza dos próximos passos. “No Brasil temos o melhor mercado de condomínio do mundo. Por conta da segurança que a gente precisa ter aqui as pessoas realmente precisam estar em condomínio. Vamos investir na criação de novos produtos, principalmente ligados ao controle de acesso e a inteligência artificial. Existem muitas funcionalidades que um síndico faz hoje que a gente poderia estar transferindo para uma IA”, acredita.
Novamente pronta para reinventar seu negócio, a empresária deixa uma dica para quem quiser se aventurar no mundo das startups. “É preciso estar atento às demandas do mercado, a necessidade do cliente, o que pode melhorar a vida dele e até a concorrência também. Startup mais do que qualquer outro negócio que muda muito rápido. Enquanto um negócio tradicional passa por gerações de uma mesma família, existem Startups que já começaram e terminaram em cinco anos”, analisa.
Sobre a MyCond
A MyCond é a solução digital para o dia a dia e os processos relacionados à vida condominial, no qual se encontram sistemas e ferramentas que o condomínio e administradora precisam para pôr fim aos processos analógicos. A empresa oferece uma gestão simplificada com saúde financeira, uma melhor comunicação e os mais modernos tipos de controle de acesso.
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