Nascida na Bahia, a empresa de tintas Festcor quer ser coroada como rainha do Nordeste até 2026. Para isso, já começou esticando os pés para os vizinhos estados de Sergipe e Alagoas, além de Pernambuco, onde está iniciando as atividades. A expectativa é de alcançar um faturamento de R$100 milhões nos próximos três anos.
Hoje, a produção anual de tintas é de 12 milhões de litros, que são distribuídos em mais de mil pontos de vendas e mais de 350 construtoras, que usam seus produtos no segmento imobiliário. Situado no município de Simões Filho – Região Metropolitana de Salvador – o parque fabril está em uma estrutura de oito mil metro quadrados, de onde saem seus mais de 800 produtos como complementos acrílicos, massas PVA, massa acrílica, selador, tintas standard, econômica e premium, esmalte sintético, entre outras.
De acordo com a diretora executiva da Festcor, Arlene Vilpert, a empresa está passando pelo processo de implantação do ISO 9001, que é uma certificação de qualidade do Inmetro. “Nossa equipe está sendo qualificada para entregarmos o melhor resultado ao cliente. No comercial, contamos com uma equipe voltada para engenharia e para o varejo. Já treinamos mais de dez mil pessoas entre pintores, balconistas e vendedores. Nossa equipe de engenharia é muito forte. Ela veio de São Paulo porque aqui ainda não temos essa mão de obra específica”, destaca Arlene.
Embora observe a carência de profissionais especializados na área, a diretora considera promissor o mercado baiano de tintas. Segundo ela, esse segmento ainda está em evolução, mas cresceu muito durante a pandemia, quando a alta dos preços impulsionou o consumo dos produtos produzidos internamente. “É uma questão de competitividade. Essas mudanças acabam melhorando e expandindo os negócios”.

Outra observação feita por Arlene Vilpert é sobre a indústria na Bahia, que para ela é um mercado bastante desafiador. “A cultura do empreendedorismo ainda é algo que está se desenvolvendo. Nosso estado é bastante voltado para uma um outro padrão de comportamento que é mais cultura, arte e lazer. E a indústria é uma questão de comportamento do empresário do ramo. Eu acredito muito na importância da educação, de falarmos sobre empreendedorismo, que é gerado dentro das famílias, dentro das comunidades e dentro das escolas. O empreendedorismo industrial também passa muito pela educação. Nós participamos da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB) e estamos diariamente em contato com os empresários. Precisamos mostrar como é importante levar isso para as escola, para as universidades e para a própria Federação. Eu tenho certeza que os caminhos estão abertos para isso, mas é importante que haja incentivo político para a industrialização em nosso estado”.
Conforme a catarinense, que adotou a Bahia em 2008, a empresa cresce cerca de 30%, anualmente, o seu mix de vendas e produtos. Ela revela que no plano de expansão estratégico está a reserva de 5% do faturamento para a área de marketing, além dos aportes em tecnologia e inovação. “Nosso desejo é de sermos a maior empresa da Bahia e entre as principais do Nordeste. Desde que cheguei senti uma grande conexão com a terra. Foi isso que me fez fixar moradia e empreender aqui”.
Desafios
Para atingir suas metas, a diretora ressalta que é preciso vencer os desafios do mercado, como a alta dos preços, dos combustíveis e a variação do dólar, assim como a escassez de matéria-prima em função da falta de gás na Europa, causado pela guerra entre Ucrânia e Rússia.
“Enfrentamos também outro desafio, que é como somos vistos. Ainda existem crenças limitantes de que a empresa baiana não tem tecnologia, não tem qualidade, o que não é uma verdade. Hoje, os nossos produtos são de qualidade e isso é algo que a gente não discute, a gente tem. Na Festcor temos uma logística considerada pelos nossos clientes a mais rápida e eficiente. Atendemos em todo o estado numa velocidade incrível. Somos uma empresa que leva inovação, tecnologia e comprometimento com o mercado”, garante Vilpert.
Festcor
Empresa atua no segmento de tintas e é voltada para revenda de materiais de engenharia para todos os tipos de obras, seja de médio padrão, seja do mais elevado. Seus concorrentes diretos são a Iquine, Hidracor, Tintas Lux e Eucatex, marcas que também estão na disputa pelo mercado nacional.
Criada em 2008, na Bahia, é reconhecida como uma indústria que distribui seus produtos para seus stakeholders. Mas começou com um porte muito pequeno, tendo 90% do seu faturamento de produtos de baixo valor agregado. Em 2010, a empresa começou a investir no parque fabril e no trabalho da engenharia, que possibilitou crescer e investir em tecnologia.
Até que em 2014, multiplicou por mais de 10 vezes o faturamento. “Depois veio a crise de 2015 e passamos por momentos extremamente desafiadores, acreditávamos que não conseguiríamos, mas fomos perseverantes e continuamos na batalha. Aos poucos a empresa foi novamente se estruturando e começamos a avançar com cada vez mais com qualidade e criação em laboratórios mais avançados. Trabalhamos muito forte a questão varejo, já que a engenharia estava passando por momentos de crise de redução de obras. Nesse momento voltamos o nosso foco pra pro varejo, estruturamos a nossa equipe interna. Com a pandemia a gente teve uma explosão de vendas e demos início ao nosso processo de expansão”, conta a diretora.
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