A s vendas do comércio varejista na Bahia tiveram, em outubro, variação negativa (-0,4%) frente ao mês anterior (setembro), na série com ajuste sazonal. A queda veio após dois avanços seguidos nessa comparação (+1,4% de julho para agosto e +0,4% de agosto para setembro). Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), do IBGE. Além disso, na comparação com o mesmo mês do ano anterior (outubro de 2021), o resultado das vendas foi negativo (-1,6%) pela sétima vez consecutiva (recua desde abril) e foi, mais uma vez, a segunda queda mais intensa entre os estados, acima apenas do registrado em Tocantins (-3,8%).
No Brasil como um todo, as vendas cresceram 2,7% em outubro 22/outubro 21, resultado positivo acompanhado por 22 das 27 unidades de Federação. Paraíba (31,3%), Amapá (23,4%) e Roraima (16,4%) tiveram os maiores aumentos.
Com a nova retração em outubro, as vendas do varejo baiano acumulam queda de 4,3% no ano de 2022, frente ao mesmo período de 2021. O indicador acumulado no ano se mantém negativo há 11 meses, desde dezembro de 2021, e seguiu como a segunda retração mais profunda dentre os estados, superior apenas à registrada em Pernambuco (-4,5%). No Brasil como um todo, o varejo sustenta alta de 1,0% no acumulado no ano, com resultados positivos em 18 das 27 unidades da Federação.
No acumulado nos 12 meses encerrados em outubro (frente aos 12 meses anteriores), o varejo baiano também continua em queda (-6,2%), mantendo o pior resultado do país. No Brasil como um todo, o comércio já apresenta variação positiva no volume de vendas nesse indicador (0,1%), com altas em 14 dos 27 estados.
Vestuário
Em outubro de 2022, a queda geral das vendas do comércio na Bahia (-1,6%), frente ao mesmo mês do ano passado, foi concentrada em três das oito atividades do varejo restrito – que exclui automóveis e material de construção.
Pela primeira vez depois de 14 meses, a maior queda e o maior impacto negativo no resultado geral do varejo baiano não vieram dos móveis e eletrodomésticos, mas do segmento de tecidos, vestuário e calçados (-18,3%), cujas vendas mostraram o quarto recuo consecutivo.
Em seguida vieram os outros artigos de uso pessoal e doméstico (-13,9%), cujas vendas caem seguidamente desde abril. Esse segmento reúne lojas de departamento e grandes varejistas on-line. As vendas de móveis e eletrodomésticos (-4,3%) continuaram em queda, mostrando o 16º resultado negativo consecutivo (recuam desde julho de 2021), mas com redução no ritmo de retração.
Por outro lado, entre as cinco atividades com vendas em alta na Bahia, em outubro, os combustíveis e lubrificantes (6,6%) foram, pelo terceiro mês consecutivo, a principal influência no sentido de conter a queda geral do setor – embora tenham tido o segundo maior aumento, em termos de magnitude da taxa.
Quem liderou nesse sentido foi o segmento de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (54,8%), com uma alta expressiva o suficiente para exercer o segundo principal impacto positivo no resultado do varejo baiano como um todo, em outubro.
Varejo ampliado
Em outubro, o volume de vendas do comércio varejista ampliado baiano retomou o movimento de queda frente ao mês anterior (-1,0%), na série livre de influências sazonais, após estabilidade (0,0%) na passagem de agosto para setembro.
O desempenho da Bahia ficou aquém do nacional (0,5%) e foi a 7ª queda mais intensa do país, onde 17 das 27 unidades da Federação registraram altas.
Frente a outubro do ano passado, as vendas do varejo ampliado na Bahia também recuaram (-10,4%), com o segundo pior resultado do país, acima apenas do verificado em Pernambuco (-13,5%). No Brasil como um todo, houve variação positiva de 0,3% nessa comparação, com 16 das 27 unidades da Federação em alta.
O varejo ampliado engloba, além do varejo restrito, as vendas de veículos, motos, partes e peças e de material de construção, para as quais não se consegue separar claramente o que é varejo do que é atacado.
Em outubro, pela quinta vez consecutiva (isso ocorre desde junho), ambas as atividades recuaram frente ao mesmo mês do ano anterior, na Bahia. As vendas de veículos caíram 29,0%, mostrando o sétimo resultado negativo seguido. Já as de material de construção tiveram retração de 9,3%, a quinta consecutiva.
O desempenho das vendas do varejo ampliado baiano também segue negativo no acumulado no ano de 2022 (-6,4%, segunda queda mais intensa dentre os estados) e nos 12 meses encerrados em outubro (-5,8%, pior resultado dentre os estados). Em ambos os casos, as taxas estão abaixo das verificadas no Brasil como um todo (-0,5% e -1,0%, respectivamente).