Após dez anos, o IBGE realiza, em 2017, um novo Censo Agropecuário – a 10ª edição da pesquisa-, para atualizar informações indispensáveis sobre um dos setores mais importantes da economia nacional. Com início previsto em 1º de outubro deste ano, o Censo Agro deverá visitar, até fevereiro de 2018, cerca de 5,3 milhões de estabelecimentos em todo o país – independentemente do seu tamanho ou localização -, por volta de 750 mil deles no estado da Bahia, com três objetivos principais: cadastrar, caracterizar o estabelecimento e estimar o valor da produção agrícola.
Serão levantadas informações sobre a área dos estabelecimentos, sua produção, as características do pessoal ocupado, o emprego de irrigação, o uso de agrotóxicos, entre outros temas. O importante papel da agricultura familiar na produção agropecuária do país será investigado mais uma vez. Os resultados do Censo Agro 2017 devem começar a ser divulgados pelo IBGE em meados de 2018.
Contratações
Para a operação censitária, o IBGE contará com, além de seus servidores, cerca de 26 mil pessoas (sendo 19 mil recenseadores) que serão selecionadas com esse fim específico. Por volta de 3.150 delas serão contratadas na Bahia (cerca de 2.900 recenseadores), a grande maioria no interior do estado.
Os dois processos seletivos serão organizados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), e as publicações dos editais estão previstas para os próximos dias 10/04 e 24/04/2017. A tabela a seguir traz a distribuição preliminar das vagas temporárias para o Censo Agro, por unidade da federação.
Questionário será mais simples e rápido
A realização do Censo Agropecuário neste ano foi viabilizada por uma emenda parlamentar que garantiu os recursos financeiros para a pesquisa: cerca de R$ 505 milhões em 2017, sendo 70% desse total destinado às despesas com pessoal.
Esse valor representou um corte de mais de 50% na previsão orçamentária inicial, e , diante dessa contingência, o IBGE foi compelido a fazer adaptações. Reduziu o número de contratados temporários para a operação (inicialmente previsto para 82 mil pessoas em todo o país); ampliou o período de coleta (que seria de 90 dias e passou para 5 meses); e, para dar mais agilidade à coleta de dados, simplificou o questionário, com redução no escopo de variáveis.
Seguindo recomendações internacionais, o Censo Agropecuário 2017 vai subsidiar a implantação do cadastro de estabelecimentos agropecuários e do Sistema Nacional de Pesquisas Agropecuárias. Assim, permitirá a criação da Pesquisa Nacional por Amostra de Estabelecimentos Agropecuários, que irá a campo anualmente, captar dados pormenorizados sobre receitas e despesas na produção, crédito e seguro rural, proteção de mananciais, conservação da fauna e flora, uso de agrotóxicos, técnicas de produção, além da situação social e familiar dos trabalhadores do campo, entre outros.
O Censo Agropecuário mais recente havia ido a campo em 2007, tendo como referência o ano de 2006. Por lei, os Censos Agropecuários deveriam ser quinquenais, porém, desde o Censo Agro de 1985, o IBGE vem tendo dificuldade em obter os recursos necessários para sua realização.