A inovação industrial cresceu na Bahia entre 2015-2017, quando se compara esse período com o triênio anterior (2012-2014). O avanço foi na contramão do que ocorreu no país como um todo e na maioria dos estados investigados pela Pesquisa de Inovação (Pintec), do IBGE.
Em 2012-2014, a Bahia era a unidade da Federação com a menor taxa de inovação entre as empresas da indústria extrativa e de transformação com 10 ou mais pessoas ocupadas. Na época, cerca de 1 em cada 4 indústrias baianas havia implementado alguma inovação em produto e/ou processo: 24,6% ou 734 de um total de 2.985.
No triênio seguinte, 2015-2017, a taxa de inovação no estado subiu de forma importante, e pouco mais de 1/3 das empresas industriais inovaram em produtos e/ou processos: 33,8%, o que equivaleu a 1.048 de um total de 3.102. Foi a nona maior taxa de inovação industrial dentre os 15 estados considerados.
O aumento da taxa de inovação na indústria baiana entre os triênios de 2012-2014 (24,6%) e de 2015-2017 (33,8%) foi o terceiro maior entre os estados: mais 9,2 pontos percentuais. A taxa de inovação da indústria na Bahia cresceu menos apenas que no Amazonas (de 33,5% para 46,0%) e em Goiás (de 31,6% para 41,9%).
Esse avanço se deu porque, entre os dois triênios considerados, a Bahia teve o maior crescimento percentual do país no número de empresas industriais inovadoras. O total aumentou 42,7%, passando de 734 em 2012-2014 para 1.048 em 2015-2017, o que representou saldo positivo de 314 empresas industriais que implementaram alguma inovação entre os dois períodos.
O movimento de aumento da taxa de inovação na Bahia foi no sentido contrário ao que ocorreu no país como um todo e em 10 dos 14 estados analisados em ambos os triênios (Mato Grosso do Sul não era considerado em 2012-2014).
No período, o percentual de empresas industriais inovadoras no país passou de 36,4% para 33,9%. Ceará (de 33,1% para 19,5%), Espírito Santo (de 38,1% para 28,6%) e Pernambuco (de 44,4% para 36,0%) tiveram as maiores reduções na taxa de inovação, entre os dois triênios.
Valor investido
Apesar do aumento na taxa de inovação das empresas industriais, a Bahia viu o valor investido nas atividades inovativas cair entre 2014 e 2017.
Nesse intervalo de tempo, os gastos das empresas industriais baianas com inovações passaram de R$ 1,546 bilhão para R$ 921,3 milhões (-40,4%), o que representou, em termos absolutos, menos R$ 625,4 milhões investidos em três anos.
Assim, a intensidade do dispêndio com inovação no estado, ou seja, quanto o valor investido em ações inovativas representa em relação à receita total de revenda da indústria, caiu pela metade: de 1,86% em 2014 para 0,97% em 2017.
A redução tanto do valor investido pela indústria em inovações quanto da intensidade desse investimento frente à receita total de revenda também foi uma realidade para o país como um todo e a maioria dos 14 estados que tiveram essa variável investigada em 2014 e 2017.
No Brasil, as empresas da indústria extrativa e de transformação reduziram seus gastos com ações inovativas de R$ 57,638 bilhões, em 2014, para R$ 47,452 bilhões em 2017 (-17,7%), o que representou menos R$ 10,2 bilhões investidos em três anos. Assim, a intensidade de dispêndios com inovação caiu de 2,12% da receita total de revenda para 1,65%.
As maiores reduções percentuais nos investimentos em inovação ocorreram em Pernambuco (de R$ 1,578 bilhão para R$ 606,9 milhões, -61,5%), Espírito Santo (de R$ 1,434 bilhão para R$ 637,8 milhões, -55,5%) e Pará (de R$ 483,7 milhões para R$ 226,0 milhões, -53,3%). A Bahia teve a quarta maior queda (-40,4%).
No outro extremo, os cinco estados que aumentaram o valor absoluto de investimento em atividades inovativas foram liderados por Amazonas (de R$ 1,538 bilhão em 2014 para R$ 3,456 bilhões em 2017, +124,6%), Ceará (de R$ 826,9 milhões para R$ 1,344 bilhão, + 62,6%) e Goiás (de R$ 1,011 bilhão para R$ 1,388 bilhão, + 37,3%).