Por Tatiany Carvalho*
Muitas pessoas sentem um desconforto no início de uma sessão fotográfica profissional. Elas sabem que as fotos são importantes para a divulgação de sua imagem enquanto especialista – tanto que pagam para ter alguns cliques registrados por um fotógrafo. Mas, o corpo enrijecido diante da câmera nos minutos iniciais da sessão revela o sentimento de estranhamento que pode ocorrer quando chega a hora da gente olhar pra gente. Um olhar diferente de quando posamos para uma foto habitual que não traz a intencionalidade de um registro de trabalho. Que imagem é essa que eu quero transmitir?
A arte do retrato pessoalsurge no final do Século XIX quando as famílias burguesas mais abastadas utilizaram a fotografia como símbolo de ostentação e diferenciação de classe. Ao longo das últimas décadas, assistimos a diferentes momentos da arte fotográfica – quem não lembra dos álbuns físicos de família tão comuns na década de 90 quando a Kodak barateia a produção da máquina fotográfica com modelos descartáveis, mais acessíveis à população de menor poder aquisitivo.
Aplicar as técnicas de branding pessoal ao ensaio fotográfico traz resultados espantosos. Do ponto de vista positivo, é claro
Tivemos outro grande marco na história da fotografia com a produção e o consumo de imagens digitais no início dos anos 2000. Qualquer pessoa com um celular nos dias atuais pode fazer seus registros fotográficos de forma quase que ilimitada, mesmo sem entender, minimamente, as noções da técnica fotográfica. Mas, não basta ter apenas um smartphone potente para a fotografia ser considerada “boa”. Se você quer ter uma foto profissional de qualidade para uso profissional, primeiro você precisa saber quem você é e que mensagem você quer transmitir.
Estas questões, muitas vezes, são a causa do desconforto inicial em uma sessão. O fotografado sabe que aquela foto vai ilustrar seu currículo profissional, seu avatar da rede social, uma matéria em uma entrevista dada a um veículo de comunicação. Por isso que, nestes casos, não dá para “fazer bico”nas poses, usar uma roupa qualquer, estar com o rosto oleoso e o cabelo desgrenhado. Até mesmo a paleta de cores importa numa produção.
Aplicar as técnicas de branding pessoal ao ensaio fotográfico traz resultados espantosos. Do ponto de vista positivo, é claro. “As fotos ficaram ótimas”, surpreendem-se os que não estavam apostando muito no resultado da sessão. Sim, você pode ser muito mais do que sua imagem cansada ao espelho lhe diz. A rotina da vida diária pode até embaçar a nossa autoimagem. Mas, acredite, há beleza em cada um de nós mesmo que as agruras da vida tentem nos dizer o contrário.
E aí, vamos fotografar?
Planner da Semana
- O Colabore, primeiro centro de inovação público de Salvador, completa cinco anos com uma programação gratuita aberta aos empreendedores e aos que desejam empreender. Três palestras estão programadas para a tarde desta sexta-feira, 10 de maio, a partir das 13h30, no Espaço Colabore, localizado no Parque da Cidade – Itaigara. O público terá acesso a discussões sobre economia circular, aspectos jurídicos para empreender e orientações para a captação de investimentos. Inscrições pelo Sympla.
- Lembrando que o Festival Nacional do Artesanato da Bahiaserá realizado de 17 a 19 de maio, na Arena Fonte Nova, em Salvador. Mais de duzentos artesãs e artesãos de 27 territórios de identidade da Bahia devem expor seus produtos. Uma oportunidade única para conhecermos a força produtiva da cadeia artesanal baiana. A entrada é gratuita.
(*) Sou jornalista e consultora de comunicação. Falo sobre #branding #inovacao #comunicacaodigital #marcas.
E-mail: tatiany@frenteeverso.com
Instagram/@eutatianycarvalho