As vendas do comércio varejista na Bahia tiveram queda de 2,2% em novembro frente a outubro, na série com ajuste sazonal, mostrando um primeiro resultado negativo após duas altas consecutivas. Essa comparação desconsidera eventos que ocorrem numa mesma época, todos os anos, como a Black Friday. Por outro lado, na comparação com o mesmo mês do ano anterior, em novembro de 2023, o resultado das vendas do varejo na Bahia seguiu positivo (4%) pelo 13º mês consecutivo (cresce desde novembro de 2022) e foi o 7º maior do país. Também foi o melhor para um mês de novembro em cinco anos, desde 2018, quando houve crescimento de 5,1% nas vendas, nessa comparação interanual. Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), do IBGE.
Com isso, as vendas do varejo baiano acumularam alta de 5% de janeiro a novembro de 2023, frente ao mesmo período de 2022. O indicador acumulado no ano se mantém positivo em todos os 11 meses do ano passado e continuou o 4º maior entre os estados.
No país como um todo, o varejo acumulava crescimento de 1,7% nas vendas, de janeiro a novembro de 2023, com 21 das 27 unidades da Federação em alta, lideradas por Tocantins (12,1%), Maranhão (10,0%) e Ceará (8,6%).
No acumulado nos 12 meses encerrados em novembro de 2023 (frente aos 12 meses anteriores), o varejo baiano também seguiu em alta (4,6%), com o 4º melhor resultado do país, acima do Brasil como um todo, onde o índice é de 1,5%. Nesse indicador, a Bahia só fica atrás de Tocantins (10,8%), Maranhão (9,2%) e Ceará (8,0%).
Atividades
Em novembro de 2023, a alta geral das vendas na Bahia (4%), frente ao mesmo mês do ano anterior, foi resultado de crescimentos em 5 das 8 atividades do varejo restrito (que exclui automóveis, material de construção e do atacado de alimentos). O maior impacto positivo no resultado geral do estado veio, mais uma vez, dos hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que registraram o segundo maior crescimento das vendas (8,2%), mas têm o maior peso na composição do varejo baiano.
Em novembro de 2023, as vendas do segmento mostraram o sexto crescimento consecutivo (em alta desde junho de 2023) e acumulavam avanço de 4,5% no ano.
A segunda maior colaboração para o crescimento veio dos combustíveis e lubrificantes, cujas vendas tiveram a maior alta (9,3%) no varejo restrito. Foi o segundo resultado positivo consecutivo do segmento, que, no ano de 2023, até novembro, acumulava avanço de 13,5% nas vendas.
Por outro lado, dentre as três atividades com quedas nas vendas, livros, jornais, revistas e papelaria (-46,3%) tiveram mais uma vez a maior retração e deram a principal contribuição no sentido de puxar o desempenho do varejo baiano para baixo. A atividade cai seguidamente há dez meses (desde fevereiro de 2023).
A segunda principal contribuição negativa para o resultado geral do varejo veio de outros artigos de uso pessoal e doméstico (-2,8%).
Por sua importância na estrutura do comércio no estado, o desempenho dessa atividade, que inclui as vendas dos grandes varejistas on-line, teve mais impacto do que o de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, segmento que mostrou a segunda queda mais profunda no mês (-23,1%).
Vendas do varejo ampliado
Em novembro de 2023, o volume de vendas do comércio varejista ampliado baiano oscilou negativamente frente a outubro (-0,3%), na série livre de influências sazonais. O resultado ocorreu após crescimento na passagem de setembro para outubro (2,3%).
O índice da Bahia foi o 3º pior do país, superior apenas aos registrados no Pará (-1,2%) e em Rondônia (-0,8%), ficando abaixo do nacional, que teve alta (1,3%). Dos 27 estados, 23 contaram com resultados positivos, liderados por Espírito Santo (5,1%), Maranhão (2,7%) e Distrito Federal (2,6%).
Por outro lado, frente a novembro de 2022, as vendas do varejo ampliado na Bahia seguiram em alta (6,2%), apresentando o 6º melhor resultado do país no mês, à frente do nacional (4,3%). Foi o sexto aumento consecutivo das vendas no varejo ampliado baiano nessa comparação.
O varejo ampliado engloba, além do varejo restrito, as vendas de veículos, motos, partes e peças; material de construção; e atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo (“atacarejos”), para as quais não se consegue separar claramente o que é varejo do que é atacado.
As três atividades tiveram aumento das vendas frente a novembro de 2022: veículos (11,6%) mostraram o terceiro crescimento consecutivo; material de construção (28,5%) tiveram a sexta alta seguida e o melhor resultado desde setembro de 2020; e o atacado de alimentos (6,0%) cresceu após nove meses em queda.
No acumulado no ano de 2023, as vendas do varejo ampliado na Bahia também avançam (2,5%), num ritmo quase idêntico ao nacional (2,6%). Nos 12 meses encerrados em novembro, o estado passou a crescer (1,5%), após 17 meses entre recuos e estabilidade. O Brasil como um todo também apresenta alta (2,3%).
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